Durante governo Bolsonaro, dívidas de igrejas com a União dobraram

  • 19 de novembro de 2022

A dívida das igrejas com a União dobrou durante o governo do Presidente da República, Jair Bolsonaro (PL).

De acordo com informações obtidas pela Agência Pública, por meio da Lei de Acesso à Informação (LAI), dos atuais R$ 2,15 bilhões de débitos tributários, mais da metade (R$ 1,13 bilhão) foi inscrita na dívida ativa da União entre os anos de 2019 e 2022.

Nos dados da Receita Federal, constam dívidas previdenciárias e outras contribuições, como impostos sobre qualquer importação, IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), compra de veículos e todas as taxas, exceto aquelas sobre patrimônio e renda, acumuladas a partir de 1983.

Entre as maiores devedoras, estão denominações cujos líderes são aliados próximos de Bolsonaro, como a Igreja Evangélica Mundial do Poder de Deus, liderada pelo Apóstolo Valdemiro Santiago, e a Igreja Internacional da Graça de Deus, do missionário R.R Soares.

Juntas, as instituições religiosas acumulam dívidas de R$ 136,5 milhões e R$ 30,8 milhões, respectivamente.

A Convenção da Igreja Evangélica Assembleia de Deus do Paraná e Sudoeste de Santa Catarina (CIADESCP), que atua na implantação e no apoio das igrejas da denominação na região, está entre as cinco maiores devedoras na lista da Receita Federal, com dívida de R$ 48,9 milhões.

Outras convenções da Assembleia de Deus – maior denominação evangélica do país – também estão entre as devedoras. São elas: a convenção de São Paulo, que tem R$ 15,8 milhões em dívidas, e o Ministério de Madureira, com dívida de R$ 15,5 milhões.

O maior devedor é o Instituto Geral de Assistência Social Evangélica (Igase), que acumula débito de R$ 555 milhões. No entanto, apesar do nome, não se trata de uma igreja, mas de uma administradora de saúde ligada a Golden Cross, operadora de saúde fundada por Milton Soldani Afonso, considerado o “patrono da comunicação da Igreja Adventista”.  

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