Aras pede que STF suspenda indulto a policiais do Massacre do Carandiru
- 27 de dezembro de 2022
O procurador-geral da República, Augusto Aras, enviou ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira (27), uma ação direta de inconstitucionalidade contra o decreto do último indulto de Natal do presidente Jair Bolsonaro (PL). O Chefe de Estado perdoou as penas e retirou condenações de policiais militares culpados na Justiça pelo caso conhecido como Massacre do Carandiru.
O pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) é para impedir que diversas condenações sejam anuladas. Para o órgão, esse indulto fere a Constituição porque ela não permite indultos para crimes hediondos, como aconteceu no Massacre do Carandiru, em 1992, na cidade de São Paulo.
O indulto natalino conferido pelo presidente da República aos agentes estatais envolvidos no caso do Massacre do Carandiru representa reiteração do estado brasileiro no descumprimento da obrigação assumida internacionalmente de processar e punir, de forma séria e eficaz, os responsáveis pelos crimes de lesa-humanidade cometidos na casa de detenção em 2 de outubro de 1992, apontou a PGR.
O procurador-geral também relembrou que esse indulto fere os direitos humanos em Cortes internacionais, por conta do tamanho do Massacre do Carandiru. Em tratado assinado, é proibido o benefício para crimes considerados de lesa-humanidade no plano internacional, como foi o massacre.