Conheça os fatores de risco que deixam seu “coração fraco”

  • 25 de janeiro de 2023

Casos de insuficiência cardíaca devem aumentar 25% até 2030

As estimativas não são boas: até 2030, o número de casos de insuficiência cardíaca deve aumentar em até 25%, conforme dados da World Heart Federation. No Brasil, cerca de três milhões de pessoas sofrem com essa condição clínica. Popularmente conhecida como “doença do coração fraco”, tal cardiopatia se manifesta por meio de falta de ar, fadiga e inchaço dos pés e pernas.
“A insuficiência cardíaca, também conhecida como insuficiência cardíaca congestiva, ocorre quando seu coração não está bombeando sangue suficiente para atender às necessidades do seu corpo”, explica o cardiologista e pesquisador Valério Vasconcelos.

Por acarretar uma quantidade insuficiente de sangue em todos os órgãos do corpo, acrescenta o especialista, a insuficiência cardíaca pode resultar na concentração de líquido em alguns locais, como pernas, pés, e em órgãos como pulmões ou intestinos, causando um inchaço nessas regiões, chamado de edema ou inchaço.

Dentre os principais fatores de risco para insuficiência cardíaca, estão: pressão alta (hipertensão); ataque cardíaco (infarto do miocárdio); válvulas cardíacas anormais; elevado consumo de álcool; anemia; irregularidade no ritmo cardíaco; doenças cardíacas congênitas; histórico familiar de doença cardíaca; e diabetes. “Quem morou em locais onde há predominância de doença de Chagas também deve ficar sempre atento”, pontua o médico.

“A World Heart Federation estima um aumento da prevalência da insuficiência cardíaca em 25% até 2030. Isso se deve ao aumento de fatores de risco como obesidade, hipertensão arterial sistêmica e diabetes, somado ao maior envelhecimento da população e ao aumento da sobrevida dos portadores de doenças cardiovasculares, a exemplo de cardiopatias congênitas e cardiopatia isquêmica”, comenta Valério Vasconcelos.

Insuficiência cardíaca dá sinais?

A insuficiência cardíaca não é uma cardiopatia silenciosa. Ela dá sinais. Uma vez que a doença esteja instalada, o paciente sente cansaço, falta de ar e inchaço nas pernas, sinais importantes que devem ser valorizados.

“É preciso prestar atenção aos sintomas citados. Se a pessoa identifica algum deles e já tem alguma doença cardíaca, deve procurar o médico, porque se for mesmo a doença, o quanto antes iniciar o tratamento, mais eficaz ele será”, orienta o cardiologista Valério Vasconcelos.

“Quando a causa é conhecida, atuar na origem pode ajudar no tratamento”, complementa o médico e pesquisador. Um exemplo disso é o controle da pressão arterial, que por si só pode levar à insuficiência cardíaca. “O controle pressórico é essencial para prevenir a insuficiência, bem como quando instalada, manter a pressão controlada pode diminuir a progressão da doença”, diz.

Quanto ao tratamento da “doença do coração fraco”, Valério Vasconcelos esclarece que tal terapia também deve incluir ingestão limitada de sal e de líquidos, além do uso de outros medicamentos a depender da gravidade da insuficiência cardíaca. “Caso não haja adesão ao tratamento medicamentoso, o paciente enfrentará consequências, como piora na evolução da doença, redução das capacidades funcionais, menor qualidade de vida, aumento do uso de recursos médicos, desperdício da medicação, visitas hospitalares e reinternação frequentes”.

Saiba como prevenir a insuficiência cardíaca

– Faça check up anualmente, especialmente se estiver em grupo de risco (diabéticos, hipertensos, tabagistas, mulheres pós-menopausa, colesterol elevado);
– Adote uma alimentação saudável: pouco sal, sem frituras e mais frutas, verduras e legumes;
– Pratique atividades físicas: faça uma caminhada diária de pelo menos 30 min, você previne diversas doenças cardíacas e a obesidade;
– Evite bebidas alcoólicas em excesso;
– Não fume. O cigarro é um fator de risco significativo para acidentes cerebrais vasculares e ataques cardíacos mortais;
– Meça a pressão regularmente;
– Evite o estresse;
– Mantenha o peso ideal, evite a obesidade;
– Dê preferência a comer as frutas ao invés de beber os sucos;
– Faça avaliações cardiológicas periodicamente e siga as orientações do seu médico.

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