Transtorno do filho de Ewbank pode ser confundido com autismo; entenda

  • 28 de janeiro de 2023

Na última terça-feira (24), Giovanna Ewbank se emocionou ao revelar que seu filho Bless, de oito anos, foi diagnosticado com transtorno do processamento sensorial. Os sintomas da doença se manifestam de forma comportamental, o que a faz ser facilmente confundida com transtorno do espectro autista.

Apesar disso, na maioria dos casos, não há uma relação entre os transtornos. “É um espectro de origem neurológica, mas abrange a esfera neuropsicológica. É uma condição em que o cérebro e o sistema nervoso têm dificuldade em processar estímulos do ambiente e os sentidos”, explica o psicólogo Alexander Bez.

Giovanna contou que, a princípio, pensou que algumas reações do filho pudessem ser frescura, mas com a repetição passou a desconfiar justamente de que ele pudesse ter algum grau de autismo. “Eu comecei a procurar vários médicos, até que encontrei uma médica em São Paulo que diagnosticou uma síndrome [sic] sensorial no meu filho”, relatou, em um episódio do Quem Pode, Pod. Após a repercussão, a apresentadora corrigiu a informação e disse se tratar de um transtorno, não uma síndrome.

O problema é identificado ainda na infância, quando os pais observam que os filhos são mais sensíveis que outras crianças diante de exposições que aguçam quatro sentidos: visão, audição, olfato e tato. “Essa sensibilidade intensa atrapalha bastante a rotina e dificulta adaptação a mudanças e desenvolvimento de habilidades motoras”, afirma o profissional.
Como os pais podem lidar?
Antes do diagnóstico, é comum que os pais reajam como Giovanna e pensem que as reações dos filhos são exageradas, frescura ou manha, não uma resposta à sensibilidade intensa. De acordo com a biomédica Telma Abrahão, especialista em neurociência infantil, a falta de cuidado específico pode afetar o comportamento da criança, que não se sente compreendida.

“A criança pode estar sofrendo com a sensação do ambiente, tendo uma pequena irritação e acaba apresentando um comportamento de explosão com facilidade”, explica a profissional. “O diagnostico tende a trazer alívio, pois os pais conseguem entender o filho com mais empatia”, afirma ela.

Por se tratar de um transtorno de origem genética, não há cura, mas os tratamentos costumam impulsionar as capacidades de adaptação do indivíduo. “É muito importante que a criança tenha um tratamento com terapeuta ocupacional para ter uma boa qualidade de vida durante a infância e superar o transtorno”, assegura Telma.

O cuidado que os pais podem ter em casa é de, principalmente, evitar coisas que incomodem demais a criança, como a exposição a luzes fortes e som alto ao mesmo tempo, por exemplo, ou tomar cuidado com fragrâncias de produtos de limpeza e higiene pessoal.

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