Empresa paraibana cria primeira colheitadeira de palma do mundo e ganha incentivo fiscal da Sudene

  • 21 de setembro de 2023

A Sudene aprovou o pedido de concessão de incentivo fiscal da empresa Laboremus, localizada em Campina Grande (PB), que fabricou o primeiro protótipo funcional de uma máquina colheitadeira de palma. O equipamento será apresentado no VI Congresso Nacional de Palma, em Montes Claros (MG), no próximo mês. A aprovação do pleito de incentivo fiscal é mais um passo dado pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste para impulsionar a cultura da palma, uma ação que vem sendo desenvolvida desde 2017, quando a Autarquia criou a Rede Palma com o objetivo de fomentar o diálogo entre instituições de desenvolvimento regional, universidades, pesquisadores e membros da iniciativa privada, que têm a missão de analisar cenários, propor ações e consolidar as potencialidades da palma no semiárido brasileiro.

Para Fabiano Dias, diretor da Laboremus, o atendimento a esse pleito é “fundamental” para garantir a fabricação do equipamento em uma escala que atenda aos agricultores, uma vez que “será necessário relocalizar a fábrica em uma área maior”. A partir de outubro, segundo a previsão, devem ser iniciadas as vendas para os agricultores interessados, atendendo encomendas. Fabiano Dias afirma que a Sudene foi a “mola propulsora” dessa iniciativa, quando a Rede Palma apontou a necessidade de mecanizar a colheita do vegetal para aumentar a produção. A colheitadeira funcionará acoplada a um trator e, além da colheita, vai transportar a palma por uma esteira até o carroção ou direto ao vagão forrageiro, que fará a trituração do produto, indo direto para os cochos de alimentação dos animais. Segundo Fabiano, o preço do equipamento será compatível com o valor de uma colheitadeira de capim de área total.

A Rede Palma já obteve conquistas importantes, como a inclusão da palma nos levantamentos do IBGE, criação de ação orçamentária para a palma, certificação das sementes (raquetes) de palma e a fabricação da colheitadeira, que deve ampliar e otimizar a produção. “Essa é uma pauta que nos anima, porque fala para os desafios do Nordeste. A criação da primeira colheitadeira de palma aconteceu a partir da prospecção da Rede Palma. Estimulada pela Sudene, a Laboremus foi desafiada a produzir o equipamento e, agora, vemos a máquina pronta. Esse é o papel da Sudene: olhar para um desafio, buscar parceiros e caminhos para enfrentá-lo”, afirmou o superintendente da Sudene, Danilo Cabral.

A Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste criou a Rede Palma porque acredita que a ampliação do debate possibilita a produção coletiva de subsídios técnicos que balizam a tomada de decisões sobre o tema e a manutenção de uma estrutura aberta de participação dos parceiros integrantes da Rede, envolvendo-os numa cadeia de compartilhamento dos mesmos valores e objetivos estabelecidos. A palma é considerada estratégica para a produção da pecuária no semiárido, mas para que os seus benefícios sejam efetivos é necessário vencer muitos desafios e gargalos, como a mecanização e o beneficiamento.

Entre os aspectos que justificam a criação da Rede Palma, o engenheiro agrônomo da Sudene, Aildo Oliveira, destaca o fortalecimento da pecuária na região do semiárido. Segundo ele, essa atividade é uma das mais importantes da região para os agricultores familiares e é um dos principais fatores para a garantia da segurança alimentar das famílias rurais e geração de emprego e renda na região.

“A palma forrageira pode incrementar a produção pecuária no semiárido brasileiro, servindo de alimento para ruminantes, pois tem um alto valor nutritivo e resiste ao período seco”, enfatizou Aildo Oliveira. Ele informou que o desempenho produtivo dos rebanhos é baixo, principalmente em função da redução de alimentos no período seco e a palma, adaptada à região, pode garantir a segurança alimentar dos animais.

Sobre o semiárido

O semiárido é uma região estratégica para a Sudene e se estende por 1.335.298 Km² do território nacional, abriga mais de 26% dos municípios brasileiros (1.477) e mais 15% da população do País. Isso significa que mais de 31 milhões de brasileiros vivem na região, segundo estimativa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A economia é composta, basicamente, pela agricultura familiar de baixo rendimento e pela pecuária extensiva – atividades afetadas pelos períodos de seca.

 

 

Vitrine do Cariri com Blog do Bruno Lira

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