Tite explica saída de Pulgar e analisa derrota do Flamengo: “Sentiu o gol”

  • 26 de outubro de 2023

Tite perdeu seu primeiro jogo à frente do Flamengo. Depois de controlar a maior parte do duelo, o Rubro-Negro perdeu por 3 a 2 para o Grêmio e viu o improvável sonho do título ficar cada vez mais distante.

A primeira pergunta da entrevista foi a respeito da substituição de Pulgar, que jogava bem e foi substituído no intervalo.

– O Pulgar saiu por condição clínica, já estava com uma virose, com cartão já e debilitado. Está sendo medicado. Não fosse isso, não sairia.

A respeito do jogo, Tite acredita que o Flamengo sentiu o primeiro gol do Grêmio.

– Desses diferentes momentos do jogo, porque começamos muito bem, o Grêmio cresceu e equilibrou. Nós fizemos o gol, voltamos bem no segundo tempo. As mudanças foram colocando velocidade no Grêmio. Trouxe o gol de empate numa circunstância de infiltração central e de qualidade que teve. O Flamengo sentiu o gol, tem que absorver e isso é um processo de maturidade. Absorve o gol e vai procurar o jogo de novo.

– Aí eles tiveram efetividade nas jogadas criadas, conseguiram botar efetividade e fizeram os gols. Fizemos o segundo gol. Com as mexidas, ainda tivemos velocidade, mas o insuficiente para empatar.

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A virada do Grêmio foi um acidente?

– Não. Ele tem uma causa, tem uma análise a ser feita. Antes, coloquei o aspecto. Quando toma o gol, tem que ter absorver. Tem de ter a naturalidade e maturidade para seguir com desempenho. O Grêmio foi efetivo nas oportunidades que teve. Isso também conta para o jogo. Nós estávamos a mercê, faltou um pouco de contundência para buscar. Dominávamos o jogo para buscar e fazer segundo o gol para ter mais tranquilidade.

Saída de Pablo

– A substituição do Pablo foi uma substituição ofensiva. Foi para o Thiago Maia fazer uma saída maior e para ter mais um jogador de articulação atrás para ter mais uma construção para chegar à frente. Não foi do Matheuzinho.

Por que não começou com Bruno Henrique? E a avaliação sobre Cebolinha?

– Do Bruno você precisa de todas as avaliações. Para 90 minutos, seria muito difícil para manter o nível. Para menos teria. Com plantel que tem e oportunidades que são, tinha o Cebolinha para participar. Teve efetividade, fez um belo primeiro tempo, depois foi caindo um pouquinho. Por isso a substituição para ter um jogador num curto espaço de tempo, mas numa condição melhor.

Há uma preocupação específica em recuperar os atacantes?

– É o conjunto todo. No futebol eu aprendi que somos todos responsáveis. O técnico maior pela visibilidade e pelas escolhas. É da atribuição. Mas não tem esse jogador, não foi essa situação. Senão facilita todas, não é um esporte individual.

– Todos nós temos a condição de crescer. Eu, inclusive, no conhecimento dos atletas e da utilização, é (parte) da minha transição, da minha chegada para conhecer os atletas e desenvolver o trabalho.

Em que parte do time você vai focar na semana? Como será o time sem Pulgar?

– A sustentação desses dois meio-campistas (Pulgar e Thiago Maia) tem sido fundamental na organização da equipe. Tenho a consciência dessa mobilidade e a importância desses dois. É fácil o técnico assumir vitória em clássico. É fácil assumir a vitória. Mas eu tenho a consciência e discernimento de saber do trabalho para que essa construção, inclusive de confiança, se prolongue. Inclusive para conhecer os atletas e saber em que momento importante eles podem utilizados. Esse tempo agora (de treino) vai ser importante também para isso.

Equilíbrio da tabela

– Quando eu assumi, do segundo ao nono colocado estava assim e há um equilíbrio muito forte. A busca foi, desde o início, da (vaga na) Libertadores direta e há concorrência muito forte.

Sair da seleção, pegar o Flamengo e sobre a primeira derrota. Você está evoluindo?

– A pressão e a exposição do técnico. A profissão no futebol te traz uma série de benefícios extraordinários, tenho a consciência disso. Mas traz uma visibilidade e uma cobrança, ainda mais num grande clube, da mesma proporção. Tem que ter discernimento e serenidade para lidar da melhor forma.

O problema do Flamengo parece psicológico. Como corrigir esse problema psicológico de se desligar em jogos?

– O jogo de futebol apresenta diferentes fases. Eu não falei desligar e nem em termos psicológicos. O futebol, tal qual em outro esporte, eu uso o boxe como exemplo. Quando você recebe um jab, você traz para trás e se resguarda. Vou ser específico para futebol: você tomou o gol, fica com a bola. Fica com o controle, fica com o domínio. E naturalmente você vai retomar o seu melhor nível. Esses pequenos ajustes são necessários.

Pressão por resultados no Flamengo e o primeiro tropeço

– A pressão e a exposição do técnico… O técnico de futebol traz uma série de benefícios extraordinários, mas traz uma visibilidade e uma cobrança na mesma proporção num grande clube e numa grande marca. Tem que ter serenidade, discernimento e conhecimento para poder absorver. Faz parte do jogo.

Renato surpreendeu o Flamengo?

– No segundo tempo, estávamos com volume, criando oportunidades não tão contundentes, mas com o domínio do jogo. O Renato foi feliz porque acelerou o time, botou a garotada para acelerar. Nessa primeira jogada de infiltração central, o Ferreira teve essa característica. Entrou e finalizou no gol de empate. Tem méritos, claro, o adversário. Ele acelerou a equipe, mas o Flamengo não se surpreendeu. Ele buscou, queria o segundo gol. Saiu Pulgar, ele trouxe um jogador de articulação. Daquilo que é o modelo do Flamengo. Não quero retirar aquilo que é o molde e o que são os links do Flamengo.

 

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