Censo 2022 aponta envelhecimento de um Brasil com mais mulheres
- 27 de outubro de 2023
Um Brasil mais envelhecido, com mais mulheres do que homens e com 203.080.756 habitantes, 18.244 pessoas a mais que na última apuração. São esses os mais recentes resultados do Censo 2022, divulgados nesta sexta-feira, 27, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O levantamento aponta um maior estreitamento da pirâmide etária do país, com redução da fecundidade e dos nascimentos, tendência apontada desde 2000. Desde 2010, o aumento da idade mediana dos brasileiros registrou aumento de seis anos, chegando agora aos 35 anos, com 51,5% de mulheres, enquanto os homens representam 48,5% do total.
Os dados são relativos à população do Brasil no ano passado, quando o levantamento foi realizado. E indicam um total de 22,1 milhões de pessoas com 65 anos ou mais, o que representa 10,9% da população. Se comparado a 2010, isso significa um aumento de 57,4% desse contingente. Para se ter uma ideia, em 1980, as pessoas nessa faixa etária somavam apenas 4% no país. Ao mesmo tempo, o número de brasileiros de 0 a 14 anos diminuiu: esse grupo agora representa 19,8%, ante 24,1% do todo no último Censo. O envelhecimento se caracteriza por isso: não só com mais idosos, mas também com menos crianças e adolescentes.
Este cenário é visto com maior intensidade nas regiões Sul e Sudeste. Entre os sulistas, há 18,2% de pessoas com 65 anos ou mais, enquanto as de 0 a 14 anos representam 12,1%. No Sudeste, onde estão os estados mais populosos São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro , são 18% de idosos dessa faixa etária, ante 12,2% de crianças e adolescentes. Ou seja, a queda na fecundidade é mais intensa nessas regiões. A maior proporção de jovens está no Norte do país, com 25,2% das pessoas até os 14 anos, seguida pelo Nordeste, com 21,1%.
6 milhões de mulheres a mais
Outra tendência que o Censo 2022 seguiu apontando foi a de uma predominância feminina sobre os homens, que hoje representam 98.532.431, enquanto elas são 104.548.325. Segundo o IBGE, está relacionado com a maior mortalidade dos homens em todos os grupos etários: desde bebê até as idades mais longevas, a mortalidade dos homens é maior, o que se intensifica nas idades adultas.
Até os 19 anos de idade, no entanto, os números revelam maior proporção de homens na sociedade. O cenário se inverte a partir do grupo etário de 25 a 29 anos, quando a população feminina se torna majoritária em todas as regiões do país, reforçado já que as mulheres tendem a viver mais do que homens.