Acusado de apoiar genocídio em Israel, Jorge Pontual pede desculpa: ‘Não fui feliz’

  • 4 de novembro de 2023

O jornalista Jorge Pontual pediu desculpa pelo comentário que fez no programa Em Pauta, da GloboNews, na sexta-feira (3). Neste sábado (4), após provocar revolta nas redes sociais e acusações de que a Globo apoia o genocídio, ele voltou atrás e justificou suas palavras. “Admito que não fui feliz”, postou ele nos Stories do seu Instagram.

“Minha intenção foi a de dar a versão de Israel. Admito que não fui feliz, pois a muitos pareceu endosso. Isso seria impossível. Ninguém tem informações seguras sobre o que se passa lá. De certo, apenas um fato: os palestinos de Gaza vivem uma tragédia, com muitas perdas civis, que lamento profundamente. Peço desculpas por não ter deixado isso claro.”

O perfil oficial da GloboNews no X (antigo Twitter), que estava recebendo comentários agressivos de internautas, também compartilhou o posicionamento de Pontual. A expressão “Globo apoia genocídio” se tornou um dos assuntos mais comentados da plataforma neste sábado.

Comentarista causou revolta

Pontual causou revolta nas redes sociais após opinar sobre o ataque de Israel a um comboio de ambulâncias perto do maior hospital de Gaza, na sexta (3). O comunicador explicou a situação em que israelenses e combatentes do Hamas se encontravam, mas sua opinião não foi bem-vista. Ele apontou que os bombardeios, mesmo tendo atingido inocentes, são um direito de defesa.

O comentarista discorreu no Em Pauta que o povo não poderia acusar os israelenses de cometerem um “crime de guerra” por atingirem ambulâncias que seriam supostamente usadas como esconderijo pelo Hamas.

“É complicada essa situação. Saiu um comboio de ambulâncias do hospital que fica no norte de Gaza e, segundo Israel, é onde fica o centro de comando do Hamas, em túneis. Saiu o comboio levando feridos para serem operados no Egito, mas Israel já havia dito que, se houvesse gente do Hamas nessas ambulâncias, eles atacariam”, iniciou ele.

“Não deu outra! Israel atacou uma das ambulâncias e disse que mataram homens do Hamas que estavam fugindo. E aí foi aquele grito internacional de ‘Israel cometeu um crime de guerra’. Mas atacar combatentes do Hamas é um direito que Israel tem”, opinou o comentarista.

Se eles estavam na ambulância, infelizmente era isso que Israel tinha que fazer, alvejar os seus inimigos. Mas ficaram feridas pessoas que estiveram perto, que não eram apenas do Hamas. Isso é um exemplo de como é complicada essa situação.

Pontual levantou a hipótese de que Israel não deveria levar a culpa por matar pessoas inocentes que estavam ao redor das ambulâncias no momento do ataque. “Os dois lados têm versões contraditórias, e Israel acredita que está fazendo o certo e seguindo a lei internacional, que só pode atingir combatentes. Mas e se os combatentes estão escondidos no meio de civis?”, indagou.

Web acusa Globo de apoiar genocídio

No X (antigo Twitter), internautas acusaram o comentarista da GloboNews de concordar com os ataques a civis próximos ao comboio de ambulâncias. O termo “Globo apoia genocídio” ficou entre os assuntos mais comentados das redes sociais neste sábado (4). A web questionou o motivo de a emissora não ter se posicionado diante das falas de Jorge Pontual.

“Que nojo! Jorge Pontual se superou na maldade e defendeu o bombardeio israelense contra um comboio de ambulâncias. Várias crianças morreram nesse ataque cruel”, criticou Lázaro Rosa.

“O Pontual justificando o bombardeio de ambulâncias por Israel, com a morte de civis, não é um dos momentos mais podres, asquerosos e repugnantes que já foram vistos na TV brasileira? Globo apoia genocídio!”, disparou Sérgio Barretto. “Ele foi um sádico em seu discurso”, se incomodou Pablo Martins.

O apoio da Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) à Globo também foi questionado. A ONG age em prol de crianças, adolescentes e famílias em situação de vulnerabilidade social. “O que a Unicef, parceira da Globo no Criança Esperança, iria achar sabendo que a emissora dá emprego e espaço pro Jorge Pontual, que pensa que ‘bandido bom é bandido morto, mesmo que custe a vida de inocentes?'”, escreveu um internauta identificado apenas como Tucano.

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