Alexandre Mattos diz que “falha de comunicação” atrapalhou seu trabalho no Vasco: “Foi confuso”

  • 26 de março de 2024

Alexandre Mattos concedeu nesta segunda-feira, em participação no “Boleiragem”, sua primeira entrevista desde que foi demitido do cargo de diretor-executivo do Vasco. Ele deu sua versão sobre o desligamento e diz que houve “falha de comunicação” na sua chegada ao clube.

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Na opinião de Mattos, sua chegada ao clube foi muito atropelada e não houve tempo para entender os processos internos antes de, de fato, dar início ao trabalho.

– O meu equívoco foi a má comunicação no pré-assinatura, foi muito atropelado, tudo muito rápido. Se esclarece antes, é aceitaria, é assim, não tem como. O que aconteceu é que eu tive que ter a compreensão já com o jogo rolando. E muita pressão, muita expectativa, muita pressão externa, o Ramón está lá e quer ganhar de imediato, e eu ali no meio. As coisas foram andando e gerando esse desgaste – explicou o ex-diretor.

– Eu tenho um diagnóstico próprio, tenho 20 anos trabalhando em clubes, retrospecto de profissionalismo, sempre durando muito em cada clube, com conquistas e legados. O que tem de diferente? A comunicação da minha chegada. A comunicação foi falha. Qual que era a expectativa em relação a mim, como seria o dia a dia, para quem eu me reportaria, quem realmente era a pessoa responsável pela pasta do futebol? Foi confuso – acusa ele.

– Eu me coloco como maior responsável por esse equívoco. Isso foi gerando uma série de desgastes, sempre tinha uma dúvida. Que geraram uma quebra de confiança na percepção deles, e aí a gente partiu para o desligamento. Que eu respeito, faz parte do futebol, sem mágoas. O Vasco SAF tem um ano e meio e o Vasco mudou muito. O Vasco é outro, tem tudo para dar certo, só tem que entender que as coisas vão acontecer de médio a longo prazo. Esse alinhamento de expectativa também gerou uma frustração rápida – concluiu.

Em determinado momento de sua participação, Mattos foi perguntado sobre como se davam os processos internos e até onde ia sua autonomia à frente do futebol do Vasco.

– Depende do assunto – respondeu ele.

– Cada hora que se tem um assunto diferente é um entendimento diferente dessa autonomia. Às vezes eu precisava resolver uma coisa com um atleta, eu precisava entender: uma renovação, penalidade, um “bicho”, eu demorei a entender. O que não tem problema nenhum. Às vezes o próximo não vai sentir isso – completou.

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Medel e relação com comissão técnica

O ge publicou na sexta-feira que um desentendimento com o capitão Medel marcou a curta passagem de Mattos pelo Vasco. O ex-diretor se esquivou sobre o assunto no programa.

“O Medel é um líder nato, de muita personalidade. É um cara que vai para o embate, mas relação superpositiva, de alto nível. Não é picuinha, é de alto nível. Foi um embate de coisas do dia a dia. “Tem que ver isso”, aí não resolve”, disse.

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Por outro lado, Mattos cobriu de elogios a comissão técnica formada por Ramón Díaz e seu filho, o auxiliar Emiliano Díaz.

– Impressionante a capacidade que eles têm de treinamento, vestiário e entendimento do jogo. Eles se completam. Ramón e Emiliano, pai e filho. Eles são grandes, grandes mesmo. De verdade. Por isso até conseguiram fazer com que o Vasco saísse daquela situação ano passado. Fáceis de acesso, o Ramón é uma pessoa extremamente simpática. Eles construíram um Vasco ao redor deles, e eu sou o cara que chega depois e que diz “sim” ou “não – concluiu.

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