Volta da Itália? Joia da “geração de R$ 1 bilhão” do Palmeiras cresce em escola de zagueiros na Europa

  • 26 de março de 2024

Era fevereiro de 2024 quando Fellipe Jack desembarcou na Itália. Deixou o Palmeiras, aos 18 anos, por empréstimo ao Como 1907, de Thierry Henry e Cesc Fàbregas, para viver um novo capítulo da própria história. Talvez o mais desafiador dela.

– Nova equipe, treinador, idioma. Está sendo um pouco difícil quanto a língua, não vou mentir – confessa o prata da casa.

Quase dois meses após a viagem e com as primeiras oportunidades, o zagueiro – parte da “geração de R$ 1 bilhão” do Verdão ao lado de nomes como Endrick – compartilha desafios, bastidores para decidir o destino e o principal motivo da escolha: aprender na maior escola de zagueiros da Europa.

– O projeto que apresentaram para me desenvolver como atleta foi fundamental, e ainda mais em um país como a Itália, que é bastante conhecida pela formação de zagueiros e defensores. São coisas que pesaram bastante – revela.

O futebol italiano produziu nomes como Nesta, os irmãos Baresi, Canavarro, Maldini, Chiellini, não só pelo talento individual, mas também porque foram treinados em um ambiente direcionado ao estilo de jogo que mostravam.

Em 2018, José Mourinho disse que Chiellini e Bonucci podiam fazer cursos em Harvard sobre como se defender. E essa condição de ensino não é novidade. Foi destacada pelo zagueiro Roger Ibañez, por exemplo, quando convocado em 2022 para a seleção brasileira.

– É uma escola muito grande, o lugar certo para um zagueiro vir e aprender – disse o atleta, que estava na Roma.

Detalhe que os clubes italianos costumam procurar, por meio de scouts em competições de base, jovens jogadores mais “prontos” em detrimento daqueles em processo de lapidação. A oportunidade de Fellipe Jack, portanto, é rara.

E foram as conversas com o diretor da base do Palmeiras que auxiliaram o prata da casa no processo de decisão pela transferência.

– Conversei bastante com o João Paulo Sampaio, ele é uma pessoa sensacional, sempre me ajudou dentro do clube. Me deu bastante conselhos e me ajudou muito a tomar essa decisão – conta o zagueiro.

Na negociação, o Palmeiras recebe 200 mil euros por seis meses de empréstimo e há uma opção de compra fixada de 2 milhões de euros por 60% dos direitos do zagueiro. São – respectivamente – R$ 1,06 milhão e R$ 10,6 milhões.

Se permanecerá na Itália ou retornará ao Verdão no meio do ano, portanto, ainda não é algo definido.

Entre os atletas mais promissores da base alviverde, Fellipe Jack está em um clube que tem Thierry Henry e Cesc Fàbregas entre os acionistas minoritários. O Como 1907 disputa a segunda divisão da Itália, e o zagueiro atua na equipe primavera, correspondente a um elenco sub-19 no país. Fez sete partidas desde a chegada, sendo seis como titular.

– É um clube que tem a sua proposta de jogo muito bem definida, quer sempre estar com a bola, propondo jogo. É um estilo que me agrada bastante. Tenho esse perfil – explica.

– Eles estão com um projeto muito bom e estão esperançosos para o futuro. Tem profissionais excelentes que sempre querem seu bem. Estão me ajudando muito nesse começo – completa.

Confortável em campo, enfrenta como principal desafio, portanto, o idioma. Mas se depender de Fellipe Jack, será apenas mais uma entre as barreiras que conseguirá ultrapassar.

– Consigo me comunicar bem no inglês, mas no italiano está complicado ainda. A equipe e o treinador estão me ajudando bastante, todos me acolheram bem e estou muito contente.

– Estou em um apartamento bem legal e com uma localização sensacional. A cidade também é maravilhosa, e o povo é bastante acolhedor. Cada dia mais feliz com a decisão que tomei.

Compartilhe

Comente