Após vitória, Tite explica gestão de atletas no Flamengo: “Acha que eu queria tirar o Arrascaeta?”

  • 18 de abril de 2024

 O Flamengo venceu o São Paulo por 2 a 1 no Maracanã, nesta quarta-feira, e assumiu a liderança do Campeonato Brasileiro, posição que não ocupava desde a rodada final da edição de 2020, quando conquistou a competição pela oitava vez. Tite analisou o triunfo rubro-negro da seguinte forma:

– Repetiram a final da Copa do Brasil, duelo de tradição. Nós também perdemos para o São Paulo lá no último jogo do Campeonato Brasileiro (de 2023). O duelo tem a grandeza das suas equipes, duas equipes que desempenham bem. Mas o sentimento é de que poderíamos ter transformado o nosso futebol no terceiro gol. (Não aconteceu) muito também pela boa atuação do goleiro adversário.

– E aí o futebol é um joguinho de xadrez, porque quando o Allan está com cãibra, ele não consegue fazer a recomposição. Ele pede pra sair, mas a regra do jogo não permite essa paralisação. E justamente era no setor do Alisson que faz a jogada (do gol do São Paulo). Difícil, é lamentar. Mas, pelo desempenho, o resultado deveria ter sido mais elástico.

Sobre a necessidade de rodar peças diante de uma sequência importante que envolve clássicos com São Paulo, Palmeiras e Botafogo, além de um jogo na altitude, Tite garante que não queria sacar Arrascaeta. O fez porque, após conversa com outros departamentos, concluiu-se que o atleta não tinha condições de ser submetido a mais uma desgastante partida.

– O Flamengo jogou 10 jogos lá em Goiás, ele tinha perdido cinco, empatado três e vencido dois. É muito difícil jogar. Pela qualidade do adversário, pelo clima, pelo horário. Você não consegue impor o ritmo mais forte. Às vezes o clima tem interferência. Hoje tivemos que tirar o Arrascaeta. Tu acha que eu quero tirar o Arrascaeta? Eu fico aqui com… “Ah, tirou o 10 do time”.

– Eu fico aqui exposto por tirar. Mas não dá. Vou estourar o cara nessa sequência de jogos? Agora é fácil. Mas e antes para tirar o 10? Então por isso que passo essa mensagem para todos os atletas. Daqui a pouco vai ter a necessidade, é inevitável a necessidade. Inevitável a troca de todos os setores, ou numa entrada, como aconteceu.

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Acha que o time oscilou na parte final da partida por desgaste físico ou pelas substituições?

– Existe um jogo de futebol que é um jogo mental. A confiança acaba gerando. E se vocês olharem todos os jogos eles têm esses componentes. Todos, todos! Os jogos têm fases. Nós estávamos muito perto de fazer o terceiro. Aí toma o segundo, fica um pouquinho… (difícil) para jogar. Depois retomou de novo, nós estávamos muito perto de fazer o terceiro. Saiu na cara do gol o Erick Pulgar. Tivemos outras oportunidades de finalização.

– Eu brinquei com o Bruno Henrique. “Eu substituo defensor com cãibra, atacante vai respirar um pouquinho, vai alongar um pouquinho porque eu vou deixar o tempo todo”. Porque ali pode daqui a pouco arriscar. A menos que seja uma condição de lesão. Então a partida tem esses aspectos dentro do jogo.

Acha que eu quero tirar o Arrascaeta?

– O Flamengo jogou 10 jogos lá em Goiás, ele tinha perdido cinco, empatado três e vencido dois. É muito difícil jogar. Pela qualidade do adversário, pelo clima, pelo horário. Você não consegue impor o ritmo mais forte. Às vezes o clima tem interferência. Hoje tivemos que tirar o Arrascaeta. Tu acha que eu quero tirar o Arrascaeta? Eu fico aqui com… “Ah, tirou o 10 do time”.

– Eu fico aqui exposto por tirar. Mas não dá. Vou estourar o cara nessa sequência de jogos? Agora é fácil. Mas e antes para tirar o 10? Então por isso que passo essa mensagem para todos os atletas. Daqui a pouco vai ter a necessidade, é inevitável a necessidade. Inevitável a troca de todos os setores, ou numa entrada, como aconteceu.

Como encara o clássico com o Palmeiras?

Matheus Bachi: – O Palmeiras é uma equipe muito forte, com uma consistência de equipe, de elenco, nas últimas temporadas. Não é à toa que é o bicampeão brasileiro. A gente já faz a análise do adversário. A gente tem uma ideia do que pode enfrentar, a gente vai mais aprofundar na sequência dos dias. É um grande clássico do futebol brasileiro, que vale os mesmos três pontos que valeram hoje. Então toda rodada que a gente jogar, a gente tem que buscar os três pontos, tem que dar valor para toda partida que a gente vai jogar e está meio preparado pra ele ser o Palmeiras, ser o São Paulo, ser o Botafogo.

Tite: – Reitero: o Campeonato Brasileiro tem uma característica de que a pontuação é igual, independentemente da grandeza. A pontuação de início e de final vai definir quem vai brigar e quem vai ficar alijado da disputa.

Causa de gols de cabeça sofridos recentemente

– Parte da resposta é um pouco do que coloquei anteriormente na situação do Allan, que a pressão na bola é importante, porque não dava na situação que ele estava. Aí é o joguinho de xadrez, ele estava com cãibra, ele não conseguiu pressionar. Aí até a substituição, ela foi logo em seguida. Ele disse: “professor, não dava mais mais”. Então para essa situação específica (gols de cabeça), a gente tem que analisar o contexto todo dela. Eu não posso falar em relação a trabalhos anteriores. Nessa faltou uma pressão no homem da bola, ela poderia ter sido melhor, deveria ter sido melhor, salvo esse problema físico que acabou determinando essa facilidade maior.

Volta à liderança do Brasileiro após 115 rodadas significa o quê?

– Permanecer no G-4 até as últimas 10 rodadas. E depois das últimas 10 rodadas vai definir o campeão.

Poupou o Arrascaeta e outros atletas pensando nos jogos com o Palmeiras e Bolívar?

Tite: – Está correta a pergunta, está coerente a pergunta, só que não é poupar. Nós não poupamos, não dava. Senão eu passo uma conotação para quem ouve de: “ah, pela vontade dele, ele poupou o cara”. Eu não poupei, não. Decido sim, é claro, mas tem todo um aparato. Não dava.

Matheus Bachi: – Primeiro é preparar para o jogo no sintético, depois preparar para o jogo na altitude. Fica muito difícil projetar. Primeiro temos que recuperar, ver sexta-feira como estão atletas, ver o que a gente pode continuar fazendo para domingo. Depois é ver na sequência.

Prioridades voltam a ser debatidas

– Lutaremos por todos os títulos, pode ter certeza. Também não faz parte de mim ser mentiroso, não falar o que acredito e não falar a minha verdade. Sei que a torcida quer, mas é quase que humanamente impossível conquistar todos os títulos. Agora temos dois jogos importantes, não dá para ter o Arrascaeta nos dois. O que vai fazer? Quando falo de prioridades é nesse aspecto, não é de preferir ou de abrir mão.

Gols sofridos nos últimos jogos podem mudar planejamento defensivo?

Tite: – Sistema é um todo, a equipe se defende e ataca. Pega os últimos seis trabalhos aqui, e vocês vão ver que temos uma média de dois gols feitos. Se você pegar os gols sofridos, você vai ver com certeza que é a menor média. Isso gera equilíbrio. Somos muito verticais, a gente não trabalha bola para o lado. A primeira opção é vertical. Hoje fiquei chateado por ter tomado o gol. Não me lembro, a não ser uma bola que o Rossi saiu e abafou, de uma defesa que ele tenha feito. O resultado poderia ter sido mais elástico, o Rafael fez duas grandes defesas.

Matheus Bachi: – O adversário tentou propor, e o nosso time roubou seis ou sete bolas no campo adversário. Quando a gente retoma a bola, e a torcida fica feliz, esse é o comportamento da nossa equipe. A característica do jogo vai mudar. É se moldar e se adaptar à característica do jogo.

Como vê a situação de Gerson?

– Entendo todos vocês. Vocês têm o titular e não titular. São todos atletas de alto nível. Felizmente o Gerson está com saúde e retomando sua melhor condição. Não tinha condição física de jogar um jogo inteiro. Aos poucos, vai readquirindo. Assim como não tinha condição de jogar o Arrascaeta hoje.

Motivos das mexidas

Tite: – Antes de o jogo começar, Fábio Mahseredjian dá um relatório de quem pode substituir. Um deles era o Pedro, e ele disse: “Eu estou bem”. Nico era outro. Para o Ayrton Lucas, eu disse: “Vou precisar de ti até o fim do jogo”. Allan e o BH sentiram cãibra e pediram para trocar.

Matheus Bachi: – A gente estava no dilema de não mexer numa equipe que estava bem. Foram mudanças um pouco circunstanciais.

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