Tite, do Flamengo, explica opção por poupar na altitude: “Lucidez para não estourar atletas”
- 25 de abril de 2024
O Flamengo perdeu para o Bolívar por 2 a 1 na altitude de La Paz. Ao ser questionado se não exagerou no número de atletas poupados, Tite disse que não poderia ser irresponsável a ponto de submeter atletas a eventuais lesões. Na pergunta, foi colocado que a questão da ciência é uma novidade para o torcedor e para a imprensa, algo do qual o treinador discordou.
– A ciência já está há bastante tempo ali, não é nenhuma novidade, está desde o tempo que eu jogava. A quantificação de carga traz atletas que têm essa condição e com todo o suporte que o Flamengo dá. A responsabilidade é minha, porque a definição da equipe é minha, mas eu tenho muita lucidez de não estourar um atleta numa sequência de jogos e perdê-lo na sequência. Aí fica muito fácil. A qualidade técnica começa a se perder, começa a errar passe. Esses são todos os indícios para dar dois. Respeito a pergunta, mas não é nenhuma novidade ciência no futebol, é só procurarmos informações verdadeiras: risco e estratégia. A opção foi em cima disso, e a responsabilidade maior é do técnico, que escala.
Perguntado sobre possibilidades de ter de poupar bastante em outros jogos ao longo do ano, Tite citou diversos aspectos que levou em conta para a decisão tomada para o jogo desta quarta-feira. E, para ilustrar sua argumentação, recorreu a Guardiola para afirmar não se trata de novidade.
– Vou pegar mais um dado: não sei se a gente repetiu escalação esse ano, então é um indício de que trocas há. O que trouxe o número de trocas excessivo foram dois aspectos: uma sequência de jogos muito grande, que inviabilizou alguns atletas de virem, e um jogo extremamente desgaste porque é na altitude. Outro aspecto é que temos uma viagem de retorno grande com jogo domingo às 11h. Então você olha o planejamento que faz onde joga, onde viaja e como recupera para o próximo jogo. A gente olha um contexto maior. Falo com o maior carinho e o maior respeito com o torcedor.
– Pegue uma entrevista ilustrativa do Guardiola que está viralizando toda hora. Ele vai falar de ciência e vai falar de Haaland dizendo que ele fica 24 horas trabalhando para ter uma condição melhor porque perdeu tanto dias. Se não querem ouvir Tite ou Fábio Mahseredjian, ouçam. E vamos ver que não é desculpa, são fatos verdadeiros que temos que avaliar e discutir.
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Entrada com três zagueiros e adiantamento de Léo Ortiz na sequência
– As características da equipe do Bolívar são as seguintes: eles têm dois externos e infiltrações centrais. Ela utiliza essa coordenação de movimentos. Ideia inicial com linha de cinco era tirar esses jogadores de lado de cruzamento e essas infiltrações centrais com o tripé do meio-campo. Mas nós não estávamos com posse de bola. A gente trouxe o Léo Ortiz para meio-campista, e a equipe começou a se reestruturar.
Flamengo abusando do jogo direto? Por que insistir no Victor Hugo pela ponta direita?
– Victor tenho utilizado nas funções pelo lado, antes no lado no tripé do meio-campo. Tem sido utilizado frequentemente pelo lado. Ela é coerentemente colocada dessa forma. Em determinados momentos você consegue fazer uma saída. E o que mais tinha saída de bola era o David Luiz. E era conduzindo. Não saía lançando, era conduzindo.
Méritos do Bolívar
– Bolívar está muito bem estruturado e muito bem treinado. Méritos ao seu técnico. Ele tem tido um desempenho assim nos outros jogos. Também em casa ele faz valer o mando com a qualidade e imprimindo um ritmo forte. A gente olha o futebol sob duas perspectivas. Olha a nossa, mas tem que ter o cuidado de não ser egoísta e olhar o outro lado, que tem um bom trabalho.