“Abençoado” pelo urubu, Pedro tenta voar alto contra o Vasco em ano especial no Flamengo
- 1 de junho de 2024
Um dos verdadeiros torcedores do Flamengo dentro do elenco, Pedro vive temporada especial no clube do coração. É o artilheiro do Brasil e, a cada jogo que passa, coleciona marcas e se aproxima de recordes. Curiosamente, no dia em que 2024 começou oficialmente para para o time de Tite, o despertar do camisa 9 foi com um símbolo que “faz aniversário de 55 anos” neste sábado: o urubu.
Na manhã do primeiro jogo oficial do Flamengo, em 17 de janeiro, Pedro, conhecedor da história do clube pelo qual torce desde pequeno, comemorou o fato de um urubu ter pousado em sua janela no hotel onde o time estava concentrado em Manaus, palco da estreia rubro-negra no Carioca 2024, contra o Audax. Registrou o animal em vídeos, fotos e, com emojis referentes ao clube, postou a seguinte mensagem de otimismo:
– Bem-vindo❤️🖤 2024 – afirmou o camisa 9, que ainda publicou uma selfie ao lado do mascote.
Pedro posta foto com urubu em hotel do Flamengo em Manaus — Foto: Reprodução
A expectativa positiva de Pedro expressada em suas postagens vem se confirmando, e o mascote do Flamengo parece ter dado sorte ao camisa 9. Horas depois da aparição do urubu com direito a bicadas na janela, o centroavante marcou um na goleada por 4 a 0 sobre o Audax.
Gêmeas, título e artilharia
Quase cinco meses depois, Pedro já tem muita história para contar em 2024. A mais especial delas foi revelada em 25 de fevereiro, quando terminou o Fla-Flu da 10ª rodada do Carioca (2×0) na condição de protagonista maior. Não apenas pelo gol marcado e pela assistência de calcanhar para Cebolinha, mas principalmente pela comemoração com a qual avisou que Antônia e Isabela vêm aí. O nascimento das gêmeas está previsto para agosto.
A felicidade vivida dentro de casa se transportou para os campos, e Pedro já soma 20 gols em 25 partidas oficiais na temporada, 11 deles garantiram a artilharia isolada do Campeonato Carioca. Na campanha do 38º título do Flamengo, foi figura decisiva desde os jogos iniciais às fases semifinal e final. Contra o Flu, marcou nos acréscimos o gol que encaminhou a vaga na decisão. No primeiro duelo com o Nova Iguaçu, decidiu ao marcar duas vezes e fazer uma jogadaça que terminou em gol contra de Ronald.
Na Libertadores, apesar da campanha irregular do Flamengoria, Pedro tem média de um gol por jogo – cinco no total. Na quarta-feira, com os dois marcados contra o Millonarios, chegou a 24 na história da competição e entrou no top-5 dos artilheiros brasileiros.
Com a camisa do Flamengo, são 127 gols e faltam 17 para entrar no top-10 dos maiores goleadores da história rubro-negra.
Pedro registra urubu em janela do hotel do Flamengo em Manaus — Foto: Reprodução
Voos altos contra o Vasco
Na atual temporada, Pedro e o Flamengo não saíram do zero contra o Vasco, adversário rubro-negro neste domingo, às 16h, no Maracanã. O empate por 0 a 0 no Carioca, aliás, trouxe passageira instabilidade pela atuação ruim da equipe e pelo pênalti perdido por Gabigol nos acréscimos.
No ano passado, entretanto, Pedro voou alto contra o Vasco. Em quatro jogos, venceu todos e marcou quatro gols. O destaque maior veio na partida que classificou o Flamengo à decisão do Carioca 2024. Anotou dois e ainda deu assistência para Ayrton Lucas.
Urubu completa 55 anos
Animal usado pejorativamente pelos rivais para debochar da origem popular da torcida do Flamengo, o urubu criou laços eternos com o clube da Gávea em 1º de junho de 1969.
Dispostos a responderem às provocações de botafoguenses, vascaínos e tricolores, os rubro-negros Luiz, Romilson, Victor e Erick trataram de vingar a torcida do Flamengo e a ave que se tornara alvo de deboches. É verdade que os métodos não foram os mais carinhosos, e o quarteto escapou de punições ao fazer verdadeira saga em busca do urubu, mas o enredo é saboroso.
Urubu no Maracanã, em 1969 — Foto: Arquivo/ge
Dias antes do jogo, o quarteto foi à Lagoa para tentar capturar um urubu. Em vão. Resolveram cruzar a cidade na manhã seguinte e foram a um lixão no bairro do Caju, Zona Norte do Rio. Molharam a mão de um gari, que fez o trabalho e entregou a ave aos rubro-negros.
A volta para a Zona Sul também foi bastante acidentada. O urubu se desvencilhou dos rubro-negros e voou de um lado para o outro dentro do carro, além de distribuir bicadas. Apesar dos machucados, todos dormiram no Leme na véspera daquele clássico.
Depois de muita aventura, chegava o esperado 1º de junho de 1969. De um lado estava o fortíssimo Botafogo, que dispunha de craques como Gerson, Roberto Miranda, Jairzinho e PC Caju e não perdia para o Flamengo havia dois anos.
O Maracanã estava abarrotado de gente, com 155 mil presentes. De acordo com “O Globo” do dia seguinte, 4/5 do público era de torcedores do Flamengo. Antes de a bola rolar, Luiz, Romilson, Victor e Erick soltaram a ave, que levava uma bandeira do clube amarrada a uma das patas. Voou em frente à torcida alvinegra sem qualquer tipo de reação dos espectadores. Mas, quando bateu asas diante dos rubro-negros, recebeu uma ovação: “É urubu, é urubu, é urubu!”.
A sorte mudou de lado e, em 23 minutos, o Flamengo decidiu a parada. Arílson e Doval fizeram 2 a 0, e a maioria do Maracanã celebrava em ritmo de carnaval. O gol de PC Caju – de pênalti – no segundo tempo diminuiu a vantagem rubro-negra, mas foi insuficiente para impedir a histórica vitória.
Neste domingo, às 16h, um dia após o aniversário do cinquentão urubu que lhe abençoou no início do ano, Pedro tenta manter a ótima fase e busca mais um voo alto contra o Vasco.
Matéria de “O Globo” diz que Flamengo tinha 4/5 do Maracanã — Foto: Acervo O Globo
Em 1º de junho, o Flamengo ganhou jogo contra o Botafogo e um novo mascote, o urubu — Foto: Acervo O Globo