Fábio, do Fluminense, diz que dorme 3h e não faz musculação: “Os caras ficam abismados”
- 19 de junho de 2024
Títulos, idolatria e uma longa história no futebol. Aos 43 anos, Fábio continua quebrando barreiras da idade e vem se mantendo em alto nível no esporte. O goleiro do Fluminense serve de inspiração para os mais novos e para os mais veteranos, que se espalham na longevidade do camisa 1 tricolor.
Prestes a reencontrar o Cruzeiro, clube do qual se tornou um dos maiores ídolos após empilhar títulos em 976 jogos, Fábio conversou e revelou um pouco da rotina. O curioso é que o goleiro dorme pouco e não tem costume de fazer musculação.
– Hoje, fui dormir, eram 4h da manhã. Acordei às 7h, levei minha filha na escola, levei meu filho para fazer autoescola e estou aqui (no CT Carlos Castilho) direto. Não faço musculação, os caras ficam abismados. Não faço massagem, dá para contar nos dedos as vezes que fiz. E na minha carreira, nem no Fluminense. No Fluminense nunca fiz. Meus amigos sempre falavam “isso faz mal para a saúde”, e aí você fica “será que faz mesmo?”. Estou me sentindo bem. Houve uma época em que a gente fez, lá no Cruzeiro, um teste de sono. O meu foi maravilhoso, meu sono é muito profundo. O pouco tempo que eu durmo é suficiente para a minha recuperação.
Meu biotipo também me favorece em termos de recuperação. Sempre me recuperei muito rápido, sempre treinei muito, então a recuperação é fundamental para que você não tenha lesão muscular. Às vezes durmo três horas, às vezes vou direto. Não tenho nenhuma preparação especial, é fé em Deus sempre”
— Fábio
Fábio é o que a medicina chama de dormidor curto: uma pessoa que dorme menos de seis horas por dia e não tem impactos negativos durante o dia. Atualmente, a medicina do sono recomenda que uma pessoa de 40 a 60 anos durma, em média, de sete a nove horas por noite.
Para entender um pouco melhor essa história, o Globo Esporte foi até um laboratório do sono conversar com quem entende do assunto. Médica do sono, Andrea Bacelar explicou que o goleiro faz parte de um grupo raro.
– A síndrome do sono do dormidor curto é muito rara. A gente está falando de menos de 5% da população do mundo. Existe uma mudança da cadeia desses genes, e esse indivíduo nasce precisando de menos sono. Durante o dia, o despertar é espontâneo e você está com o bem-estar físico e mental para viver aquele dia. É muito diferente da privação voluntária do sono, que hoje é uma epidemia. (…) Essas pessoas, diferente do Fábio, têm cansaço, sonolência, acordam mal.