O mistério nos bastidores de Renascer que quase ninguém sabe explicar
- 2 de agosto de 2024
A dificuldade de Renascer para reagir no Ibope coloca um ponto de interrogação não só para a Globo. Afinal, o principal produto da TV aberta –e até hoje o mais visto– passa por uma crise como não se via havia muito tempo. Para além dos erros nos bastidores que atrapalharam o remake, os números indicam que o próprio gênero vai ter que se reinventar nos próximos anos.
O folhetim de Bruno Luperi é bem avaliado internamente e não faz feio na parte comercial, mesmo com uma audiência bem mais morna do que Terra e Paixão (2023). O autor também é frequentemente elogiado pela crítica pelo bom texto e por ter mostrado bem menos deferência à obra do avô, Benedito Ruy Barbosa, do que na segunda versão de Pantanal (2022).
O diretor artístico Gustavo Fernandez e sua equipe também fazem um show à parte com cenas que conquistam até mesmo os internautas do X, tradicionalmente conhecidos pela postura mais crítica e ácida.
Apesar de todos os predicados, a percepção é que Renascer passou bem longe do sucesso. Por outro lado, a produção também não foi tão apedrejada quanto as antecessoras Travessia (2022) e Um Lugar ao Sol (2021).
O desinteresse pela novela das nove não é um sinal de que o folhetim está com os dias contados, mas de que o gênero muito provavelmente vai passar por um processo de transformação.
O sucesso de Pedaço de Mim, da Netflix, mostra que os dramas folhetinescos ainda chamam a atenção do público e têm potencial para continuar como parte do cotidiano dos brasileiros. A questão é que em um outro formato, talvez com bem menos capítulos.
O melodrama segue como parte do imaginário não só do brasileiro, mas de todo o mundo. Os formatos mudam. Das histórias publicadas semanalmente nos jornais, às novelas diárias, passando pelas maratonas nos serviços de streaming. Resta a Globo se adaptar à nova mudança.
VITRINE DO CARIRI
Com Noticias da TV.