Autoridade eleitoral da Venezuela diz que entregou atas de votação à Justiça

  • 6 de agosto de 2024

O Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela entregou as atas das eleições presidenciais à Corte Suprema nesta segunda-feira, 5, segundo a agência AFP. O CNE é controlado pelo regime de Nicolás Maduro e proclamou e reiterou na semana passada que ele venceu as eleições do dia 28 de julho. A oposição afirma ter ganhado o pleito.

“Entregou-se tudo o que foi solicitado pelo máximo Tribunal da República”, afirmou o presidente do CNE, Elvis Amoroso. Maduro pediu que a Corte analise o resultado das eleições para que os questionamentos sobre a lisura do pleito cessem. A Corte Suprema, no entanto, também é alinhada a Maduro.

Nesta segunda-feira, o adversário de Maduro nas eleições, Edmundo González, se autoproclamou presidente eleito. Após a divulgação da carta em que se declarava próximo presidente, o procurador-geral da Venezuela, Tarek Saab, anunciou que vai abrir uma investigação contra González e a outra líder da oposição María Corina Machado.

O procurador-geral afirma que María Corina e González “falsamente anunciam um ganhador das eleições presidenciais diferente do proclamado pelo Conselho Nacional Eleitoral” e fazem uma “aberta incitação a policiais e militares a desobedecer as leis”. No comunicado, González também pede que as forças armadas “apoiem o povo”.

Eleições contestadas

O CNE proclamou Nicolás Maduro vencedor das eleições poucas horas após o fim da votação do dia 28, na madrugada do dia 29. A autoridade eleitoral não mostrou dados de votação. Pesquisas de boca de urna indicavam vitória de González.

A comunidade internacional imediatamente começou a pressionar o CNE para que divulgasse os dados de votação. O órgão afirmava que um ataque ao sistema havia inviabilizado a divulgação das atas.

A oposição, então, iniciou a divulgação das atas em um site e anunciou que havia vencido o pleito. O resultado foi reconhecido por países como Estados Unidos, Argentina e Uruguai. O Brasil não reconheceu oficialmente a vitória nem de Maduro nem de González e insiste para que os dados de votação sejam divulgados.

Protestos contra o resultado anunciado pelo CNE tomaram as ruas do país, com forte repressão, mortes e prisões.

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