Afastada das novelas, Isabelle Drummond só volta à televisão por ‘visão de mundo’
- 19 de agosto de 2024
Afastada da TV há cinco anos, após atuar em Verão 90 (2019), a atriz Isabelle Drummond não tem planos para voltar às novelas tão cedo. Ela não descarta um retorno, mas, antes, precisaria analisar bem o projeto para o qual seria convidada, bem como seu momento profissional. Nos próximos meses, por exemplo, a artista não conseguiria conciliar as demandas de uma novela com os outros dois projetos com os quais está envolvida.
A temática da produção que a colocaria de volta na TV também seria levada em consideração. A atriz, afinal, está dedicada em explorar obras que façam jus à sua visão de mundo –diferentemente do que vinha fazendo até então.
“Passei a sentir falta, nos trabalhos para os quais fui convidada, de poder acrescentar minha visão de mundo e meu lugar de mulher. Comecei a pensar algumas coisas, e daí saíram esses primeiros projetos. Tenho outros em desenvolvimento. Quero dar voz a histórias que me atravessam. Tudo isso toma tempo. Tive que parar um pouco em alguns períodos”, declarou ela, em entrevista à coluna Play, do jornal O Globo.
Isabelle também aplica essa seletividade à TV. “Tudo depende do projeto, do momento. Eu sou uma atriz, eu me movo como atriz também. Depende de as coisas casarem. Não posso dizer que vai ser assim ou assado”, se limitou a dizer sobre eventual retorno às novelas. A atriz foi dispensada pela Globo no ano passado, e agora só pode ser contratada por obra específica, se ela quiser.
Os dois projetos atuais da artista se tratam de filmes. Um deles conta a história de Laura Alvim (1902-1984), mulher que lutou durante toda a vida para transformar o casarão onde morava, em Ipanema, na zona sul do Rio de Janeiro, num centro cultural. A Casa de Cultura Laura Alvim foi finalmente inaugurada em 1986. Isabelle produz o filme e deve interpretar a protagonista.
“O filme surgiu de um desejo meu de contar minhas próprias histórias e principalmente as de mulheres que, para mim, são relevantes. Foi uma coisa muito natural. Eu conheci a história da Laura nas minhas voltas em Ipanema, em leituras e estudos para outros projetos. Fiquei muito impressionada com toda a trajetória, com tudo o que ela não pôde viver e com o sacrifício que fez pelo seu sonho”, explicou.
A artista também produz um filme sobre a alemã Miriam Etz (1914-2010), a primeira a usar biquíni no Brasil. Ela saiu de seu país nos anos 1930, fugindo do regime nazista, e se fixou no Rio. O projeto será dirigido por Isabelle.
“A ideia é fazer três filmes curtos e transformar num longa. O primeiro deles envolve essa mulher que teve a ideia de fazer o biquíni. Na verdade, era um maiô de duas peças. Depois veio a filha dela [Ira Etz, pintora, escritora e fotógrafa].Tem vários enredos entrelaçados ali, que surgiram dessa história”, arrematou a atriz, que está no ar na reprise de Cheias de Charme (2012).
Ela confessou não acompanhar a reprise assiduamente, mas assiste a alguns episódios. Isso é algo novo na vida da atriz. Ela era tão crítica consigo mesma que não conseguia ver suas cenas com tranquilidade.
“Hoje em dia sou mais suave, mas não amo assistir às minhas cenas. Gosto de viver aquilo e permitir que saia o que tem que sair naquele momento. Costumava ser bem crítica, costumava doer muito assistir. Hoje em dia fui ficando mais tranquila. Pelo fato de agora eu estar do outro lado [da câmera] e enxergar o ator, o processo tomou uma beleza diferente para mim”, cravou.