Desemprego recua para 6,8% em julho e população ocupada volta a bater recorde

  • 30 de agosto de 2024

O mercado de trabalho continua demonstrando sinais de aquecimento e batendo recordes. No trimestre de maio a julho de 2024, a taxa de desocupação caiu para 6,8%, recuando 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre encerrado em abril (7,5%). Segundo os dados divulgados pelo IBGE nesta sexta-feira, essa foi a menor taxa para um trimestre encerrado em julho na série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) Contínua do IBGE, iniciada em 2012. A população desocupada caiu para 7,4 milhões, menor número de pessoas procurando por uma ocupação no país desde o trimestre encerrado em janeiro de 2015.

Para a coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE, Adriana Beringuy, o trimestre encerrado em julho mantém os resultados favoráveis observados ao longo do ano, com queda da desocupação e expansão contínua do contingente de trabalhadores.

De acordo com a metodologia do IBGE, é considerado desempregado aquele que não está trabalhando, mas procura recolocação ou entrada no mercado de trabalho. Para a análise do mercado, é importante olhar esse dado junto a ocupação da população isto é, quem efetivamente está trabalhando. E esse dado também é recorde: de acordo com a Pnad, o número total de trabalhadores bateu 102 milhões de pessoas entre maio e julho. Isso representa um aumento de 1,2% (mais 1,2 milhão de pessoas) na comparação trimestral e aumentou 2,7% (mais 2,7 milhões de pessoas) no ano.

Os dois principais segmentos da população ocupada também foram recordes. Os empregados do setor privado chegaram a 52,5 milhões, maior contingente da série, crescendo 1,4% (mais 731 mil pessoas) no trimestre e de 4,5% (mais 2,2 milhões de pessoas) no ano. Já os empregados do setor público chegaram ao recorde de 12,7 milhões, com altas de 3,5% (424 mil pessoas) no trimestre e de 3,6% (436 mil pessoas) no ano.

No setor privado, houve recordes tanto no número de empregados com carteira assinada quanto no contingente dos sem carteira de trabalho assinada: 38,5 milhões e 13,9 milhões, respectivamente. O grupamento de atividade que impulsionou a ocupação no setor privado foi o Comércio, com alta de 1,9% no trimestre, contribuindo com 368 mil novos trabalhadores para a população ocupada do país, nessa comparação.

No setor público, o recorde foi puxado pelos servidores públicos com e sem carteira de trabalho assinada, que também atingiram seus maiores contingentes na série histórica da PNAD Contínua: 1,6 milhão e 3,3 milhões, respectivamente. O número de servidores públicos sem carteira cresceu 7,4% na comparação trimestral, o equivalente a mais 227 mil pessoas, no período. No ano, esse grupo cresceu 4,7%, ou mais 149 mil pessoas. Já o número dos servidores com carteira aumentou 10,6% (mais 151 mil pessoas) no trimestre e 13,6% (mais 190 mil pessoas) no ano.

Ainda no setor público, o segmento dos militares e funcionários estatutários, que ingressam na profissão através de concursos, ficou estável nas duas comparações, permanecendo em 7,8 milhões, contingente inferior ao recorde desse grupo (8,4 milhões), que fora atingido no trimestre encerrado em fevereiro de 2021.

Para o economista Igor Cadillhac, do PicPay, o recorde de  trabalhadores nos setores públicos e privados é o grande destaque da Pnad. ” Mesmo com uma leve piora na informalidade, essa é justamente a configuração que se espera de um mercado de trabalho robusto e saudável”, disse. “Olhando à frente, esperamos que ele [mercado de trabalho]continue aquecido e resista nesse patamar historicamente baixo por mais um bom tempo”.

Renda estável

No trimestre encerrado em julho, o rendimento médio real — o quanto elas recebem ao mês vindo do trabalho — foi de R$ 3.206, com estabilidade frente ao trimestre móvel anterior e alta de 4,8% na comparação anual.

Já a massa de rendimentos, que é a soma das remunerações de todos os trabalhadores, chegou a R$ 322,4 bilhões, mostrando altas de 1,9% no trimestre e de 7,9% na comparação anual. Esse dado é importante para a atividade econômica, já que uma massa de rendimentos maior representa maior fôlego de consumo.

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