Tite pede adaptação do Flamengo sem Pedro: “O campo vai falar”

  • 13 de setembro de 2024

O técnico Tite concedeu entrevista coletiva após a vitória sobre o Bahia, por 1 a 0, que garantiu o Flamengo na semifinal da Copa do Brasil, e evitou lamentar a ausência de Pedro, que rompeu o ligamento cruzado anterior do joelho esquerdo. Segundo o treinador, a ideia é valorizar quem está disponível para entrar em campo.

– Nós não fizemos projeção para o restante da competição sem o Pedro. A gente fortalece quem está, e o campo vai falar. É adaptação, sim. Como aciona características diferentes. O BH é de atacar o espaço. No primeiro tempo os dois marcadores estavam marcando bola de profundidade, no intervalo falamos: “Pega a bola no pé”. Jogadores que têm essas características… fora o cabeceio que ele tem. Quando o jogo é pensado, por vezes essa adaptação é necessária. O jogo vai exigir, e o campo vai falar.

Tite também se recusou a apontar um substituto para Pedro ao ser perguntado se optaria por Gabigol ou Bruno Henrique para a vaga do atacante, que não tem previsão de retorno aos gramados.

– Eu na resposta anterior respondi essa sua pergunta, o campo fala e não tem, não tem. Tem adaptação aos jogadores que são do setor – disse o treinador, que completou:

– Todos que estavam aqui (substitutos) se colocam um pouquinho mais à disposição para fazer aquilo que é importante para o grupo todo, para a equipe toda.

Pedro, do Flamengo, em casa durante recuperação de lesão — Foto: Divulgação

Pedro, do Flamengo, em casa durante recuperação de lesão — Foto: Divulgação

O Flamengo enfrentará o Corinthians na semifinal deste ano, em datas e horários a serem divulgadas pela CBF. Mas o duelo de ida deve ocorrer na semana do dia 2 de outubro e o de volta 16 de outubro. No próximo domingo, o Fla tem compromisso pelo Brasileirão. Enfrenta o Vasco, no Maracanã, às 18h30, pela 26ª rodada.

Confira outras respostas de Tite

Compactação da equipe

– A compactação da equipe ela se dá onde a bola estiver e se uma equipe, e é muito difícil jogar em contra-ataque também. Se uma equipe ela joga alto e dá espaços com o Luiz e com o BH, principalmente, ou quando tem o Cebola, você não consegue controlar o adversário. Pode ter até a bola, mas tu não controla porque esses jogadores eles te dão a possibilidade da jogada longa. Então, o que nós tínhamos? Um, jogadores de flutuação, que era o Gerson, para ter juntamente com o Arrascaeta a organização, e dois, e aí, o adversário vai se mostrar, vai dar alguma coisa e ele vai te dar. Não adianta para ele não ler o espaço.

Negociação com Benedetto

– Nós estamos num momento que está em muita fake news e tem muita informação errada. A informação é mentirosa. E quem disse, mentiu. Não estou dizendo que é mentiroso, mentiu. Eu gostaria de saber o nome da pessoa, até pra dar o ar pra todo mundo, porque é fácil dizer assim, ó, falaram, e aí todos vocês ficam envolvidos. Aí a imprensa falou, não, não é a imprensa que falou.

– Então essa matéria disse, e o cara que assinou, a informação que ele sabia o nome, dá o nome dele. Eu gosto de nome lá, sabe por quê? Que daí ele vai pensar duas vezes. Que isso não é fácil dizer assim, ó, os técnicos falam, a imprensa disse, aí faz assim, ó, bota tudo na mesma coisa. Não, tem que dar o nome do cara. Não é assim? Eu quero dar o nome, mentiroso. É mentira. Não falo, nem conheço que ele é dito. Joguei só contra, tá?

Gabigol em Flamengo x Bahia — Foto: André Durão / ge

Gabigol em Flamengo x Bahia — Foto: André Durão / ge

Posicionamento do Gabigol no jogo

– Nós temos duas opções táticas. Uma, ele pode jogar atrás de um 9 e outra de 9. São as duas funções dele. Teve uma parte onde já estava desgastado o BH, e aí tu joga com o jogador para dentro, traz o Gerson para dentro. Aí eu tenho um jogador mais cerebral central. Foi assim, eu acho ele até uma parte no tripé, ele jogou na Seleção também assim, pode jogar assim. Aí tu trouxe ele mais para uma parte central. São as duas posições, funções onde ele pode, eu vejo menos ele jogar lá do como ele jogava no Santos, eu não vejo. Essas duas ele treina e trabalha para ter essas duas possibilidades.

Três competições ao mesmo tempo

– Vai pesar a confiança, vai pesar o sistema, a coordenação dos movimentos, ter os atletas disponíveis, um conjunto da aula, um momento de cada um que cada um tiver. Obrigado de novo, torcedor. Tem alguns momentos que a gente tem que ficar com a bola, e às vezes tocando um pouquinho de lado. Entenda um pouquinho essa bola, e para gente chegar na frente, ás vezes, a gente tem que tocar atrás, para o lado, para o goleiro, pra inverter, para desgastar também o adversário, para depois atacar. Se a gente imaginar um pouquinho, o basquete, ele te traça.

– Eu estou falando em termos táticos, você me proporcionou essa possibilidade, então eu falo porque a minha vida toda eu lutei contra a ignorância. A minha própria. Então, agora eu vou continua falando para dar aquelas pessoas que possam ter a compreensão tática, quando a gente joga um pouquinho para o lado, um pouquinho para o outro, não é que a gente não quer atacar, a gente quer desgastar o adversário para depois agredir, pra depois atacar, né? Então que ele (torcedor) compreenda, às vezes, esse movimento que a gente tem de posse de bola, para depois atacar. Mas inserir isso tudo pra dizer também, nesse aspecto de equilíbrio, ele vai pesar nesses confrontos.

Presença de Arrascaeta no jogo

– Eu e o Matheus divergimos (sobre o Arrasceta). Chegou no sábado. Eu falei “ele não vai pro jogo”. E o Matheus (preparador físico) falou: “eu acredito e tenho confiança que ele vai para o jogo”. Quando a gente fala em respeito ao clube, quando a gente fala em lealdade, quando a gente fala de outros atributos, eles têm de ser traduzidos em ação. A gente falou dos quatro selecionados, a gente está falando do Arrascaeta. Então, ele se colocar à disposição, isso é um caráter, é aquele outro aspecto que ele gera, quando fecha as cortinas ali dentro, tem. Esse grupo tem (caráter).

Léo Ortiz em ação no Flamengo x Bahia — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

Léo Ortiz em ação no Flamengo x Bahia — Foto: Thiago Ribeiro/AGIF

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Atuação de Léo Ortiz

– Ele jogou oito, nove anos na base ali. Ele recebe a bola, um pouquinho antes do lance do gol nós comentamos no banco: os dois zagueiros abastecem os dois primeiros meios-campistas, porque eles vão encontrar o passe e furar a linha para Gerson e Arrascaeta na frente. O zagueiro é mais uma bola de corredor, uma bola de inversão. O lance do gol é característico: ele recebe com o domínio orientado de lado, já dá o primeiro passe, aí o cara intercepta, e ele já dá outro porque tem o chip. Ele antevê os movimentos porque tem o domínio da posição. Como ele tem o domínio da função de volante e de zagueiro, pode jogar nas duas.

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