Rogério Ceni alerta sobre fair play financeiro: “Tem time aí falando e enfia R$ 300 milhões”
- 16 de setembro de 2024
No ano em que os clubes da Série A superaram a marca de R$ 2 bilhões em contratações, o fair play financeiro tem sido assunto recorrente nas entrevistas envolvendo presidentes e gestores no futebol brasileiro. Algumas vezes o tema chega também aos treinadores, como foi no último fim de semana, quando Rogério Ceni opinou e deixou um alerta na entrevista coletiva do Bahia.
“Tem time aí falando de fair play financeiro e enfia R$ 300 milhões…e cacete no fair play financeiro”, disse o treinador do Bahia.
Fair play financeiro é um conjunto de regras que visam o controle financeiro dos clubes para que eles se tornem sustentáveis no longo prazo, capazes de honrar seus compromissos, seja com outros clubes, com funcionários ou com o Estado. As grandes ligas europeias já operam sob essas regras, assim como a própria Uefa, que define critérios para permitir que os clubes disputem seus torneios.
Em 2024, no segundo ano sob gestão do Grupo City, o Bahia quebrou recordes regionais de investimento em jogadores, com R$ 119,700 milhões gastos. Por outro lado, o Tricolor ainda está em uma posição intermediária no recorte nacional. De acordo com levantamento do ge, o Esquadrão foi o nono clube que mais investiu em reforços nesta temporada.
Os clubes que mais gastaram foram Botafogo e Flamengo, que também protagonizaram os principais debates sobre o assunto fora de campo. Após uma crítica do presidente rubro-negro, Rodolfo Landim, sobre os investimentos feitos pelo Alvinegro em contratações, John Textor, dono da SAF do Glorioso, rebateu dizendo que gasta apenas 45% das receitas do clube em salários.
No início deste mês, a Comissão Nacional de Clubes abriu debate para a implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro. Uma reunião realizada na sede da CBF trouxe as primeiras ponderações para que algumas medidas sejam tomadas já na próxima temporada.
Participaram do encontro representantes de Fluminense, São Paulo, Fortaleza, Internacional, Vasco, Atlético-GO, Flamengo e Palmeiras, que representam os 60 clubes das Série A, B e C. Também estiveram presentes dois representantes da Série B e um da Série C.
Os clubes ficaram de marcar uma nova reunião, sem data prevista, para tentar avançar no modelo de implementação. O tema surgiu pelos movimentos da janela de transferências e pela manutenção da competitividade. Também por clubes que estão devendo e não estão pagando.