Tite passa jogo pilhado em derrota para o Peñarol e vive momento de pressão no Flamengo

  • 20 de setembro de 2024

Na teoria, após dois jogos convincentes do Flamengo, a expectativa era aproveitar o fator Maracanã e abrir boa vantagem contra o Peñarol. Na prática, o time voltou a jogar mal, perdeu por 1 a 0 em casa para os uruguaios, e o resultado que deixa o Rubro-Negro à beira da eliminação nas quartas de final da Libertadores caiu na conta de Tite, alvo de xingamentos da torcida durante a partida.

O técnico viveu um jogo tenso à beira do gramado. Normalmente discreto e de poucas reações, Tite desta vez não escondeu os sinais do nervosismo: língua de fora, dedos das mãos mexendo sem parar; agitação no banco e até invasão de campo.

Mesmo com o joelho direito debilitado após lesões e cirurgia, o ansioso Tite invadiu o gramado duas vezes para pegar a bola após o árbitro parar o jogo. A ideia era agilizar a reposição de bola. Na primeira, ele conseguiu tirar uma bola que estava sobrando em campo. E na segunda, quase dividiu com Maxi Olivera, do Peñarol, e levou uma bronca da arbitragem.

Quando saiu o gol de Cabrera, com apenas 12 minutos de jogo, Tite apontava com dois dedos de cada mão para a testa, num claro sinal para os jogadores não perderem a cabeça e manterem o foco. O time até conseguiu retomar o controle da partida e desperdiçou boas chances de empatar, principalmente no primeiro tempo.

E o técnico as lamentou de diferentes formas: bambeando o corpo para trás e para frente; chutando o vento de perna esquerda; fechando os olhos e levando a mão à cabeça sentado no banco; segurando os braços de Matheus Bachi e Cléber Xavier, seus auxiliares; e olhando para o céu, sem acreditar.

Porém, a bola com saudades de Pedro não entrou. E a bronca da arquibancada deu as caras já no intervalo: “Ei, Tite, vai tomar no c…”. Com a bola rolando no segundo tempo, os rubro-negros voltaram ao apoio incondicional que durou até os minutos finais. Com a derrota encaminhada, os torcedores repetiram os xingamentos e também gritaram: “Ô, Tite, vai se f…, o meu Flamengo não precisa de você”.

Além da mexida impopular na escalação, barrando o improvisado Léo Ortiz que vinha sendo o melhor volante do time, para muitos rubro-negros também pesa contra Tite a relação com o ídolo Gabigol. O atacante, que vem jogando pouco com o treinador, foi para o fim da fila dos centroavantes no Flamengo e sequer estava relacionado na quinta-feira. Mesmo assim, foi possível ver no Maracanã manifestações de apoio ao camisa 99.

Assim que o árbitro venezuelano Jesús Valenzuela encerrou a partida, Tite rapidamente se dirigiu ao vestiário e no caminho fez sinal para alguém no banco de reservas. Todo trajado de preto na quinta-feira, a cor do técnico foi como o luto pelo futebol apresentado em campo. O Flamengo está respirando por aparelhos na Libertadores, e o treinador sabe que precisa de títulos importantes para fazer as pazes com a torcida. Mas se não conseguir?

– Se não for, tchau – respondeu Tite na entrevista coletiva.

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