Suspeito de tentar matar Trump escreveu carta detalhando plano de atentado

  • 23 de setembro de 2024

Promotores federais dos Estados Unidos afirmaram nesta segunda-feira, 23, que o suspeito de tentar matar o ex-presidente Donald Trump enquanto ele praticava golfe no início deste mês no seu campo de West Palm Beach, Flórida, havia escrito uma carta detalhando os planos de um atentado e reconhecendo, com todas as letras, que “esta foi uma tentativa de assassinato”.

Em depoimento aos investigadores, uma testemunha afirmou que o suspeito, Ryan Routh, 58 anos, havia deixado uma caixa em sua casa meses antes. Segundo ele, a caixa “continha munições, um cano de metal, materiais de construção diversos, ferramentas, quatro telefones e várias cartas”. Após saber da aparente tentativa de assassinato, a testemunha abriu a caixa e encontrou uma carta.

O que diz o texto

O destinatário da carta, segundo o depoimento, era “o mundo”. O texto dizia: “Esta foi uma tentativa de assassinato contra Donald Trump, mas eu falhei. Eu tentei o meu melhor e dei toda a coragem que pude reunir. Agora, cabe a você terminar o trabalho; e eu oferecerei US$ 150 mil a quem puder concluir o trabalho.”

Trump “quebrou as relações com o Irã como uma criança, e agora o Oriente Médio se desfez”, acrescentou Routh no texto. Também havia na caixa uma lista escrita à mão de datas e locais onde o republicano apareceu ou deveria aparecer para eventos de campanha.

O atentado

O suspeito foi acusado de dois crimes relacionados a porte de armas de fogo na semana passada, depois de ser avistado com um fuzil em meio aos arbustos do campo de golfe de Trump por agentes do FBI, que abriram fogo contra o sujeito. Foi tudo rápido e ninguém saiu ferido, mas serviu para fazer subir a já elevada temperatura nos Estados Unidos..

Não está ainda claro o que o teria motivado a passar doze horas à espreita em 15 de setembro, munido de uma AK-47 e uma câmera fotográfica tipo GoPro. Assim que foi capturado em rota de fuga num Nissan preto, sem ter disparado nenhum tiro, postagens antigas mostraram que ele já depositara seu voto em Trump, em 2016 e 2020, e andava às voltas com um mirabolante plano para pôr fim à guerra na Ucrânia que incluía o recrutamento de soldados afegãos, tudo detalhado em um livro que publicou nas redes ao viajar a Kiev como voluntário para lutar contra a Rússia. Uma hipótese levantada como motivação para o atentado seria o desprezo de Trump pela causa ucraniana.

A apuração segue, e acusações mais sérias podem ser apresentadas conforme os fatos são descobertos. Routh comparecerá ao tribunal na Flórida nesta segunda-feira para uma audiência de detenção.

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