Ex-Globo expõe tragédia pessoal no Setembro Amarelo: ‘Não é frescura’

  • 24 de setembro de 2024

[Alerta de gatilho: este texto contém informações que podem ser sensíveis a pessoas com depressão ou tendências suicidas]

Ex-repórter da Globo, Veruska Donato deu um depoimento emocionado sobre a importância do Setembro Amarelo e alertou seus seguidores no Instagram. A jornalista recordou uma tragédia pessoal e revelou que o pai tirou a própria vida quando ela tinha 16 anos. O tema sensível foi tabu para ela durante muito tempo, mas a comunicadora resolveu abrir o coração para tentar ajudar outras pessoas.

Com a legenda “suicídio não é frescura”, ela pediu um momento da atenção de quem a acompanha para tentar ajudar pessoas que passam por um momento difícil na saúde mental ou sobreviventes, como ela.

“Eu quero aproveitar o Setembro Amarelo para falar com você sobre suicídio. Durante muitos anos, nós jornalistas fomos orientados a não falar sobre esse assunto, porque quanto mais se falava, segundo médicos, segundo especialistas na área, mais as pessoas se sentiam incentivadas a também cometer suicídio. Mas a gente precisa falar desse tema, muito por causa de pessoas como eu”, começou.

“Eu tinha 16 anos quando meu pai cortou o pescoço. Ele não resistiu às consequências desse ato e acabou morrendo. Ficamos nós: eu, meu irmão e minha mãe. É uma dor que não dá para explicar. Além da ausência, da saudade, que é comum na morte, você também fica se perguntando: o que eu fiz? Ou o que eu não fiz para evitar isso?”, lamentou a jornalista.

“Quando uma pessoa comete um suicídio, ela atinge outras seis pessoas –no mínimo. Foi o que aconteceu com a minha família. O suicídio destruiu a nossa família, os nossos sonhos, a harmonia que tínhamos em casa”, relembrou ela. 

Veruska destacou que as pessoas que sofrem e os parentes precisam de apoio em momentos difíceis como esses. “Às vezes, conversar ajuda. É por isso que eu vim aqui dar esse depoimento sincero, de coração, para que outras pessoas não tenham que passar pelo o que eu passei, pelo o que a minha família passou”, declarou.

“Pense nisso. Busque ajuda. As prefeituras tem os CAPS, que são os Centros de Atenção Psicossocial, e que são muito bacanas, são muito equipados. Converse com alguém”, finalizou ela.


Se você está atravessando um momento difícil e precisa de ajuda, ligue para o CVV (Centro de Valorização a Vida), no número 188, e receba apoio emocional e prevenção do suicídio. A ligação é sigilosa e gratuita para todo o território nacional.

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