Fantástico: Polícia suspeita que Gusttavo Lima seja dono oculto da Vai de Bet, empresa de apostas gerida por casal de empresários paraibanos

  • 30 de setembro de 2024

Em julho desse ano, o cantor sertanejo Gusttavo Lima virou, segundo o inquérito no âmbito da Operação Integration, sócio da marca Vai de Bet, com participação de 25%. A empresa, sob a denominação de PIX365 Soluções, tinha os paraibanos José André da Rocha Neto e Aissla Rocha, empresários da Paraíba e investigados na ação. 

Mas, os investigadores suspeitam que o cantor já era uma “espécie de dono oculto” desde antes. O fato foi revelado pelo programa Fantástico, da Rede Globo, na noite deste domingo (29).

No final de 2023, a Vai de Bet fechou um patrocínio milionário com o Corinthians que acabou virando alvo de outra investigação em São Paulo. 

Em depoimento à polícia, um conselheiro do clube contou que o presidente do Corinthians falou por telefone com Gusttavo Lima e que o presidente afirmou — já naquela época — que o cantor era um dos donos da Vai de Bet.

“Em um dos depoimentos das testemunhas ouvidas no caso da subtração de valores do Corinthians, é mencionado que, no momento da assinatura do contrato, foi informada essa testemunha por parte do presidente do Corinthians, que a Vai de Bet teria como um dos sócios o Gustavo Lima”, afirma Juliano Carvalho, promotor de Justiça do Grupo Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de São Paulo. 

O Corinthians disse que o caso está na Justiça e que o clube não trata mais de questões ligadas a essa empresa. 

O que dizem as defesas

Gusttavo Lima

A defesa de Gusttavo Lima enviou uma nota ao Fantástico informando que o contrato com a PIX365 tinha cláusula anticorrupção e foi suspenso. E sobre a venda das aeronaves, diz que os contratos foram feitos em nome das empresas com os seus representantes legais, o que afasta a possibilidade de lavagem de dinheiro. 

A nota diz também que o cantor não é sócio da Vai de Bet. O contrato encontrado pela polícia indica que ele tem 25% de eventual venda da marca. 

Em relação ao investigado Rocha Neto, a defesa de Gusttavo Lima disse que ele esteve junto do empresário em alguns eventos em decorrência da relação comercial. Gusttavo disse que o casal deixou o navio no dia da operação e que voltou ao Brasil sem eles. 

Sobre o indiciamento do cantor, os advogados disseram que o envio de dinheiro para empresas de Gusttavo Lima, mediante contratos assinados, não constitui nenhum ilícito. 

A defesa mandou ainda uma nota complementar informando que a análise dos policiais apresenta falhas ao não considerar a data digital do distrato da compra de uma das aeronaves. 

A agenda de shows do cantor sertanejo está mantida. A primeira apresentação depois da semana turbulenta foi na última sexta (27), em Marabá, no Pará. 

“Acredita nos teus amigos, nos seus parceiros. Valorize a tua família. E honra acima de tudo. Seja honesto. Faça o errado. É, de vez em quando. Faça o certo. O errado todo mundo já faz”, disse o sertanejo durante o show. “Seja certo, seja justo, seja honesto. Pra que quando tudo parecer desmoronar, só tua honestidade te salvará.” 


Rocha Neto

A defesa de Rocha Neto diz que as notas sequenciais da Pix365 emitidas à empresa de Gusttavo Lima são pela prestação de serviço do cantor à Vai de Bet. 

Sobre a negociação de aeronaves, a defesa alega que ele usou o helicóptero como parte de pagamento do jatinho da Balada Eventos. 

Quanto à movimentação financeira, Rocha Neto afirma que tem negócios diversificados e que sua família empreendeu e prosperou no ramo da construção civil, há décadas. Disse ainda que ele e a esposa hoje lideram a marca Vai de Bet. 

Já sobre a participação de Gusttavo Lima na Vai de Bet, Rocha Neto afirma que o cantor tem direto a 25% da marca, mas que nunca foi sócio e jamais participou da administração. 

Rocha Neto afirma também que o primeiro contato com Gusttavo Lima foi para tê-lo como embaixador da Vai de Bet e que — pela relevância da parceria — frequentaram eventos a convite dele. Um deles foi o aniversário do cantor, na Grécia, quando o casal teve a prisão decretada e não se apresentou.

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