Rubinho discorda de escolha de Hamilton para pilotar McLaren de Senna: “Tinha que ser brasileiro”
- 1 de novembro de 2024
O ex-piloto de Fórmula 1 Rubens Barrichello disse nesta sexta-feira que deveria ser um brasileiro dirigindo a McLaren de Ayrton Senna no Autódromo de Interlagos. O inglês Lewis Hamilton vai pilotar a McLaren MP4/5B, em exibição neste sábado, como parte das homenagens pelos 30 anos da morte do ídolo brasileiro, tricampeão mundial da modalidade.
— Na minha opinião tinha que ser um brasileiro. Por mais carinho que a gente tenha pelo Hamilton, ele já vai estar correndo. Dê a chance para um garoto novo, despontando, um Bortoleto, um Drugovich, para alguém que não teve a chance de guiar. O Ayrton era assim, ele cedeu a mão para ajudar, ele ligou para minha equipe de kart para ajudar. Com certeza ele faria isso. É mais isso do que fiquei chateado, porque eu tenho Interlagos no coração. O negócio é que eu acho que tinha que ser um brasileiro — disse Rubinho, em entrevista à Band.
O modelo que Hamilton vai pilotar na ação nomeada como “Senna Sempre” é o famoso McLaren MP4/5B, que foi um dos mais marcantes na carreira do tricampeão. Na temporada em que pilotou este carro, o brasileiro conquistou seis vitórias e superou Prost por sete pontos.
De acordo com a organização do evento, o piloto vai dar uma volta na pista com o icônico bólido ao som do tema da vitória. Depois disso, o carro será posicionado perto da área dos boxes para que alguns torcedores tenham a oportunidade de ver a máquina de pertinho.
A homenagem planejada pela organização do Grande Prêmio de São Paulo coincide com os 30 anos da morte do piloto, no GP de San Marino de 1994. A organização do Grande Prêmio também pediu aos torcedores que vistam amarelo, ou ainda que levem para a arquibancada algum item que lembre Ayrton Senna.
Em entrevista coletiva antes do primeiro dia de atividades na pista em Interlagos, Hamilton falou sobre a emoção de ter sido escolhido para a homenagem.
— Todas as vezes que a gente vem para cá é uma oportunidade de fazer isso (celebrar Senna), acho que alguns outros pilotos também fazem isso, mas eu nunca imaginei em todos esses anos que conseguiria dirigir o carro do Senna. Eu lembro que alguém me contatou e eu pude ter a oportunidade. Quando eu estava na McLaren, tive a oportunidade de dirigir o MP4/4, foi incrível. Eu lembro da vez em que ele finalmente ganhou aqui e levantou a bandeira. Definitivamente, vai ser uma experiência muito emocionante. Espero que as pessoas estejam aqui para ver.
Hamilton já ressaltou em diversas oportunidades seu carinho por Ayrton Senna e pelo Brasil. O piloto inglês sempre deixou claro que Senna era seu ídolo e uma inspiração na Fórmula 1. Em 2017, o britânico foi presenteado pela família de Senna com o capacete usado pelo brasileiro na temporada de 1987. Na ocasião, Hamilton se emocionou e chamou o tricampeão de “herói”.
Mais tarde, em 2021, Hamilton utilizou um capacete estilizado em homenagem ao ídolo e incluiu as icônicas faixas com as cores do Brasil em seu design. Na corrida, Hamilton venceu após sair da 10ª posição e repetiu um gesto tradicional de Senna, ao empunhar a bandeira brasileira na volta da vitória.
O carinho de Hamilton pelo país se tornou tão evidente que, em 2022, o heptacampeão recebeu uma homenagem na Câmara dos Deputados e recebeu o título de cidadão honorário do Brasil.
Nessa sexta-feira, em Interlagos, Oscar Piastri conquistou foi o mais rápido na classificação sprint, seguido pelo companheiro de McLaren, Lando Norris, e Charles Leclerc, da Ferrari. Os carros voltam à pista nesse sábado às 11h para a corrida sprint e retornam às 15h para a classificação.