Tarcísio defende Bolsonaro contra “narrativa disseminada”
- 22 de novembro de 2024
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), saiu em defesa de Jair Bolsonaro (PL) nesta quinta-feira, 21, no dia em que o ex-presidente foi indiciado junto com ex-integrantes do seu governo em inquérito que apura uma tentativa de golpe de Estado no Brasil.
Tarcísio afirmou que Bolsonaro “respeitou o resultado da eleição” de 2022:
“Há uma narrativa disseminada contra o presidente Jair Bolsonaro e que carece de provas. É preciso ser muito responsável sobre acusações graves como essa. O presidente respeitou o resultado da eleição e a posse aconteceu em plena normalidade e respeito à democracia. Que a investigação em andamento seja realizada de modo a trazer à tona a verdade dos fatos“, escreveu no X.
O ex-presidente foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e golpe de Estado.
Além dele, também foram indiciados ex-integrantes do Poder Executivo, os ex-ministros Walter Braga Netto, Augusto Heleno e Anderson Torres, o deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Informações (Abin), Alexandre Ramagem, e o presidente do Partido Liberal (PL), Valdemar da Costa Neto.
“Presidente até 2030”
Gilberto Kassab encheu a bola de Tarcísio de Freitas nesta quinta-feira, 21.
Segundo ele, o governador de São Paulo será presidente da República até 2030.
Em evento promovido pelo grupo Esfera Brasil, o secretário de Governo e Relações Institucionais de São Paulo disse “estar na cara que o Tarcísio vai ser presidente da República. Aposto qualquer coisa”.
Tarcísio, porém, parece ter cautela com uma possível candidatura em 2026. O governador tem sinalizado que não deseja ser rival de Bolsonaro pela liderança da direita, nem ao posto de candidato na próxima eleição.
No dia 11 deste mês, o governador divulgou um artigo escrito por Bolsonaro na Folha de S.Paulo e escreveu:
“Com a palavra, a maior liderança política do país: Jair Bolsonaro.”
“Grande líder no estado”
Mesmo inelegível, Bolsonaro não faz cerimônias e se autointitula um “líder”.
“A direita não tem dono. Tem um líder, que é incontestável, e tem jovens lideranças aparecendo pelo Brasil“, afirmou no dia 8 de novembro.
Sobre o seu ex-ministro Tarcísio, o ex-presidente disse à Folha de S.Paulo que o governador “é um grande líder no estado“, reduzindo a participação dele no cenário nacional.
Até o senador e filho Flávio Bolsonaro (PL) garantiu que Tarcísio será candidato à reeleição a governador de São Paulo:
“É tudo muito precipitado, tanta coisa pode mudar até 2026. Realmente confiamos que Bolsonaro vai reverter a inelegibilidade dele e que o papel do Tarcísio é o de ser candidato a governador em 2026. É até desrespeitoso com o Bolsonaro atropelar essa discussão, e não que Tarcísio o faça. Ele vem sempre reafirmando que virá para a reeleição“, disse a O Globo.