Julio Andrade perde Emmy pela terceira vez em prêmio que sempre foge do Brasil

  • 26 de novembro de 2024

Indicado ao Emmy Internacional de melhor ator pela terceira vez, o ator Julio Andrade viu o troféu escapar de suas mãos novamente na noite desta segunda-feira (25). Ele concorria por seu trabalho na minissérie Betinho: No Fio da Navalha (2023), do Globoplay. O Brasil saiu sem nenhum troféu da festa realizada em Nova York.

Antes, Andrade já havia concorrido ao prêmio em 2017 e em 2018 por seu trabalho na série 1 Contra Todos (2016-2020). Neste ano, o brasileiro foi indicado em uma disputa que também contava com o turco Haluk Bilginer (Sahsiyet), o francês Laurent Lafitte (Tapie) e o britânico Timothy Spall (The Sixth Commandment) –que se sagrou o vencedor.

O Emmy de melhor ator escapa do Brasil desde que foi instituído, em 2005. Na ocasião, Douglas Silva concorreu como o Acerola de Cidade dos Homens (2002-2005, 2017-2018), mas perdeu para o francês Thierry Frémont, do telefilme Na Mente do Assassino (2004).

Em 2007, Lázaro Ramos foi indicado por sua atuação como o Foguinho da novela Cobras & Lagartos (2006) e, no ano seguinte, Pedro Cardoso também conseguiu entrar na corrida por ter roubado a cena como o divertido Agostinho da série A Grande Família (2001-2014). 

Fabio Assunção foi lembrado em 2011, por Dalva & Herivelto: Uma Canção de Amor (2010); Marcos Palmeira concorreu em 2012 pelo telefilme de Mandrake (2012), continuação da série homônima da HBO; e, em 2015, Emilio de Mello também conseguiu uma indicação por Psi (2014-2019).

Apesar de não ter empolgado na audiência no Brasil, A Regra do Jogo (2015) rendeu uma nomeação para Alexandre Nero em 2016; Raphael Logam tinha sido o último representante do Brasil na categoria, sendo lembrado por seu trabalho na elogiada série Impuros em 2019 e 2020.

Na categoria melhor atriz, o Brasil já foi lembrado 13 vezes. Venceu apenas uma: em 2013, Fernanda Montenegro recebeu o Emmy Internacional por sua atuação como dona Picucha em Doce de Mãe (2012-2014). A lista de indicadas inclui nomes como Lilia Cabral, Irene Ravache, Adriana Esteves, Grazi Massafera, Andrea Beltrão, Leticia Colin e Marjorie Estiano.

O Brasil concorria em outras quatro categorias no Emmy deste ano. Transo, do canal Futura, estava na corrida por melhor documentário –que ficou com o britânico Otto Baxter: Not a F***ing Horror Story. Já a Netflix emplacou Acorda, Carlo! no quesito melhor animação –mas ela acabou superada pela britânica Tabby McTat.

Pela primeira vez, O Paramount+ conseguiu colocar dois de seus projetos na disputa. Anderson Spider Silva (2023) concorria como melhor filme para TV ou minissérie –categoria vencida pela produção alemã Dear Child (2023). Já Escola de Quebrada (2023) competia como filme ou série live-action infantil –mas perdeu para o dinamarquês One of the Boys (2023).

País mais indicado e com mais vitórias na categoria telenovela, o Brasil ficou de fora da disputa neste ano. A Academia de Televisão Internacional preferiu as tramas espanholas La Promesa e Salon de Té La Moderna, a turca Safir e a colombiana Rigo. A vencedora foi a primeira.

Na edição do ano passado, a Globo havia emplacado dois concorrentes: Cara e Coragem (2022) e Pantanal (2022). Na ocasião, elas foram superadas pela turca Yargi: Segredos de Família (2021). A última vitória brasileira na categoria ocorreu em 2020, com Órfãos da Terra (2019).

Confira abaixo a lista dos indicados ao Emmy Internacional 2024. Os vencedores são destacados em negrito:

Melhor programa artístico

  • Pianoforte (Polônia)
  • Robbie Williams (Reino Unido)
  • Virgilio (Argentina)
  • Who I Am Life (Japão)

Melhor ator

  • Julio Andrade em Betinho: No Fio da Navalha (Brasil)
  • Haluk Bilginer em Sahsiyet (Turquia)
  • Laurent Lafitte em Tapie (França)
  • Timothy Spall em The Sixth Commandment (Reino Unido)

Melhor atriz

  • Adriana Barraza em El Último Vagón (México)
  • Aokbab-Chutimon Chuengcharoensukying em Hunger (Tailândia)
  • Sara Giraudeau em Everything is Fine (França)
  • Jessica Hynes em There She Goes (Reino Unido)

Melhor comédia

  • Daily Dose of Sunshine (Coreia do Sul)
  • Deadloch (Austrália)
  • División Palermo (Argentina)
  • HPI (França)

Melhor documentário

  • The Billionaire, the Butler and the Boyfriend (França)
  • Otto Baxter: Not a F***ing Horror Story (Reino Unido)
  • The Exiles (Singapura)
  • Transo (Brasil)

Melhor série dramática

  • Drops of God (França)
  • The Newsreader (Austrália)
  • The Night Manager (Índia)
  • Iosi, El Espia Arrepentido (Argentina)

Melhor programa de entretenimento sem roteiro

  • Die Brug (África do Sul)
  • Me Caigo De Risa (México)
  • The Restaurant That Makes Mistakes (Bélgica)
  • The Summit (Austrália)

Melhor série de curta duração

  • Kweens of the Queer Underground (Austrália)
  • Our Lives (Chile)
  • Point of no Return (Espanha)
  • Say Hello to Kenshiro (Japão)

Melhor documentário esportivo

  • Brawn: The Impossible Formula 1 Story (Reino Unido)
  • Tan Cercas de la Nubes (México)
  • Tour de France (França)
  • Who I Am Paralympic (Japão)

Melhor telenovela

  • La Promesa (Espanha)
  • Rigo (Colômbia)
  • Safir (Turquia)
  • Salón de té La Moderna (Espanha)

Melhor filme para TV ou minissérie

  • Anderson Spider Silva (Brasil)
  • Deaf Voice: A Sign-Language Interpreter in Court (Japão)
  • Dear Child (Alemanha)
  • The Sixth Commandment (Reino Unido)

Melhor animação infantil

  • Acorda, Carlo! (Brasil)
  • Mystery Lane (França)
  • Sharkdog (Singapura)
  • Tabby McTat (Reino Unido)

Melhor programa factual ou entretenimento infantil

  • Living Library (Países Baixos)
  • La Vida Secreta de tu Mente (México)
  • My Life: Eva’s Having a Ball (Reino Unido)
  • The Takalani Sesame Big Feelings Special (África do Sul)

Melhor filme ou série live-action infantil

  • Dodger (Reino Unido)
  • One of the Boys (Dinamarca)
  • Escola de Quebrada (Brasil)
  • Gong! My spectRacular Life (Alemanha)
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