Boninho rejeita bolada da Globo para fazer The Voice com Tiago Leifert no SBT
- 6 de dezembro de 2024
O diretor J. B. de Oliveira, o Boninho, recusou uma grande quantia de dinheiro ao acertar sua demissão da Globo para ter a liberdade de desenvolver projetos na concorrência. Ele agora negocia com o SBT a produção de reality shows –uma das possibilidades é ressuscitar o The Voice Brasil (2012-2023), novamente sob o comando de Tiago Leifert, na emissora.
A reportagem apurou com fontes na Globo e próximas ao diretor que, em setembro, quando foi dispensado da emissora depois de quatro décadas de trabalho, Boninho rejeitou a chamada Love Letter, um “agradinho” milionário dado a profissionais com mais de 20 anos de casa, como reconhecimento pelos serviços prestados.
Se tivesse topado receber o pacote, o marido de Ana Furtado assinaria também um termo de non compete (sem competição, em tradução livre). Ou seja: estaria proibido de realizar em TVs concorrentes programas similares aos que havia comandado na própria Globo. Como Boninho já fez de tudo um pouco na emissora, não sobrariam muitas opções para o diretor tocar.
Já que dinheiro não é uma questão para o profissional, ele abriu mão dos benefícios e recebeu “apenas” as verbas rescisórias da demissão –que, após 40 anos, também não foram pouca coisa. Assim, ficou livre para negociar o que quiser e com quem quiser. E o SBT se tornou o seu primeiro objetivo.
Ele atualmente conversa com a presidente da emissora, Daniela Beyruti, sobre dois projetos distintos. O primeiro é um programa matinal, a ser comandado por Ana Furtado e que substituirá o Chega Mais na grade da emissora.
Boninho, inclusive, já mostrou aos executivos do SBT que a esposa tem bom desempenho comercial e boa aceitação no mercado publicitário. Ou seja, atrairia muitos anunciantes, algo essencial para qualquer atração sair do papel hoje em dia na emissora de Silvio Santos (1930-2024) –que o diga Lucas Guimarães, que esperará um ano para finalmente estrear o Eita Lucas!.
O segundo projeto é um reality show, gênero que o próprio Boninho ajudou a popularizar por aqui com formatos como o No Limite (2000-2023) e o Big Brother Brasil. A reportagem apurou que a ideia dele é trazer de volta o The Voice, cancelado no fim do ano passado.
Apesar de muitas pessoas apontarem que a competição musical estava desgastada após ser espremida até o bagaço pela Globo em 21 temporadas, Boninho acredita que o formato ainda tem potencial para ser explorado e que a líder de audiência errou feio ao cancelar o reality.
Tiago Leifert, primeiro apresentador do programa no Brasil, é o favorito para comandar o formato –o jornalista também é alvo da direção do SBT para narrar futebol e substituir Cléber Machado como a voz do esporte na emissora. Ele também é um nome com boa aceitação no mercado publicitário.
Daniela Beyruti gostou do que ouviu na conversa com o diretor e se mostrou interessada em exibir o The Voice –afinal, o SBT foi construído em cima das performances musicais do Show de Calouros do Programa Silvio Santos.
Boninho, porém, não será contratado pelo SBT. A ideia é que o diretor toque os dois projetos por meio de sua produtora independente –mesmo que as gravações ocorram nos estúdios do SBT em Osasco.
No esquema de parceria, a emissora e o profissional vão dividir as receitas publicitárias obtidas com os programas –algo que Ratinho já faz com a sua atração diária, por exemplo.
Com isso, Boninho ficaria livre para negociar formatos com outras plataformas também. Quando decidiu investir em sua produtora, o profissional afirmou ter interesse em desenvolver projetos para a TV aberta, canais pagos e streaming.
O diretor, porém, não deve anunciar nada oficialmente até o fim do ano. Afinal, para todos os efeitos, ele segue contratado da Globo até 31 de dezembro e ainda tem um último programa para entregar à líder de audiência: o tradicional show de Natal do cantor Roberto Carlos.