Milei fala do ‘amigo’ Bolsonaro e critica Lula em festa da posse de Trump

  • 19 de janeiro de 2025

O presidente da Argentina, Javier Milei, criticou neste sábado, 18, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva durante festa nos Estados Unidos antes da posse do presidente eleito Donald Trump, que assume o cargo na segunda-feira, 20.

Milei foi instado a comentar a ausência de Jair Bolsonaro na festa. “É um grande amigo e lamento muito que o regime de Lula não o tenha deixado vir”, disse Milei. A proibição da viagem de Bolsonaro aos EUA não foi decidida pelo governo Lula, mas sim pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.

Bolsonaro teve o passaporte apreendido em fevereiro de 2024 e está impedido de deixar o país. O ex-presidente é investigado pela Polícia Federal em vários inquéritos. O maior deles é o que investiga a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.

Moraes seguiu o entendimento da Procuradoria-Geral da República (PGR), que já havia opinado contra o pedido do ex-presidente para viajar aos EUA. De acordo com Paulo Gonet, como Bolsonaro não faz mais a representação oficial do Brasil, não haveria “interesse público” na sua viagem aos EUA.

Em entrevista na última sexta-feira, 17, Bolsonaro criticou Moraes. O ex-presidente chamou de “historinha” um dos argumentos usados pelo ministro na determinação, sobre risco de fuga, e disse que estaria na cerimônia como um representante da direita no Brasil e na América do Sul.

“Eu tinha várias pré-agendas acertadas”, disse sobre sua programação. “E as pessoas vão perguntar ‘não está presente por quê?’.” Bolsonaro continuou, fazendo referência a uma viagem anterior, para a posse de Milei na Argentina, em dezembro de 2023, quando já era investigado: “Não tem uma condenação em cima de mim. O Supremo já autorizou gente condenada no passado a sair do Brasil. Não tem nenhuma condenação. E uma historinha de possível fuga? Eu estive na Argentina, saí do Brasil”.

No sábado, Bolsonaro acompanhou a esposa, Michelle, ao aeroporto para a viagem da ex-primeira-dama aos Estados Unidos. A família decidiu que ela representaria o marido na posse de Trump. Diante de uma pequena multidão, Bolsonaro chorou e afirmou que “obviamente seria muito boa a minha ida lá” e que está “chateado, abalado, mas enfrento uma enorme perseguição política por parte de uma pessoa”.

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