Demitido há um ano, ‘repórter secreto’ do Fantástico volta à Globo em nova missão
- 11 de abril de 2023
Demitido pelo Jornalismo da Globo em novembro de 2021, Eduardo Faustini está de volta 17 meses após seu desligamento. Conhecido como o “repórter secreto do Fantástico”, ele será o principal nome nos bastidores da nova versão do Linha Direta, que estreia no mês que vem, nas noites de quinta, sob o comando de Pedro Bial. Faustini já começou a produzir reportagens para a atração policial.
Segundo apurou a reportagem, o jornalista terá um vínculo por temporada, já que seu acordo é com o núcleo do programa Conversa com Bial, da área de Entretenimento, liderada pelo executivo Mariano Boni. O setor também produz documentários para o Globoplay e o programa musical Som Brasil.
Seu retorno, portanto, nada tem a ver com a área que o dispensou. A indicação para a sua volta foi do próprio Pedro Bial, apresentador do novo Linha Direta e admirador do trabalho de Faustini. No início do mês, o repórter começou a fazer as primeiras viagens investigativas para apurar histórias de crimes.
No programa, assim como no passado, serão exibidas duas reportagens por noite. Porém, uma delas será de um crime antigo de grande repercussão e já conhecido do público. O outro é quente, baseado no material produzido pelo “repórter secreto”.
Demitido em novembro de 2021, Faustini estava na emissora desde 1996 e sempre teve a sua identidade preservada nas reportagens por causa do trabalho como repórter investigativo. Ele era o responsável pela série Cadê o Dinheiro que Estava Aqui?, exibida pelo Fantástico desde 2014, com denúncias sobre corrupção e desvio de impostos.
Ele só mostrou seu rosto publicamente uma vez nas redes sociais. Foi em fevereiro, para homenagear Gloria Maria após sua morte. “O Brasil perdeu hoje um dos maiores nomes do jornalismo. Gloria Maria será uma referência eterna para a profissão. Tenho um enorme orgulho de ter sido amigo e parceiro dessa linda mulher”, disse o jornalista em sua conta no Instagram.
O novo Linha Direta
Em outubro do ano passado, a Globo anunciou a volta do Linha Direta à programação. A ideia de ressuscitar a atração foi divulgada durante o evento promovido pela emissora ao mercado publicitário em São Paulo. O sucesso de séries sobre crimes reais em plataformas de streaming e de edições antigas do programa no YouTube motivaram o seu retorno.
O Linha Direta já teve outras duas versões. A estreia do policialesco aconteceu em 1990 e ficou no ar até julho daquele ano, quando era apresentado por Hélio Costa. Em 1999, a produção da Globo voltou sob o comando de Marcelo Rezende (1951-2017), que saiu em 2000 para a entrada de Domingos Meirelles. Ele permaneceu até o fim da atração, em 2007.
Ao longo de sua exibição, o programa contribuiu para a prisão de quase 400 foragidos. Em setembro de 2002, representantes do Centro Brasileiro de Defesa dos Direitos Humanos afirmaram que a atração era de utilidade pública. O Linha Direta também teve edições especiais sobre casos com elementos sobrenaturais, chamadas de Linha Direta Mistério.