Morte precoce: Ator da Globo escondeu doença para continuar trabalhando

  • 16 de março de 2023

Um dos atores da novela Bambolê (1987), que está em reprise no canal Viva, teve seu primeiro e único trabalho na trama. Durante as gravações da novela, Guido Brunini (1963-1995), intérprete de Júlio, contraiu o vírus HIV. Mesmo doente, tentou continuar a carreira artística e investiu na área musical. Apesar de esconder os sintomas para continuar trabalhando, não resistiu e morreu em 1995.

O artista nasceu em Piúma, no Espírito Santo, e desde a infância demonstrou interesse pela música. Nos anos 1980, foi viver no Rio de Janeiro a fim de desenvolver uma carreira na área, mas migrou para a atuação. Fez parte do grupo teatral Asdrúbal Trouxe o Trombone, que revelou nomes de peso, como Regina Casé e Luiz Fernando Guimarães.

Sua estreia na televisão aconteceu em 1987, na novela Bambolê, com o personagem Júlio: um jovem animado, que gostava de música e estava sempre acompanhado do seu violão. Na trama, namorou com Mara (Carla Daniel) e fazia parte do grupo de amigos de Yolanda (Thaís de Campos), Ana (Myrian Rios) e Cristina (Carla Marins).

Apesar de ter agradado o público, com o final da trama, Brunini não retornou para os estúdios da Globo. Aos 24 anos, durante a exibição da novela, descobriu que foi contaminado com o vírus HIV. O diagnóstico de Aids –uma doença que, na época, não podia ser controlada com medicamentos– mudou seus planos, e o artista decidiu investir no seu maior sonho: a carreira de cantor.

Primeiro, fez uma viagem para a Europa a fim de apresentar seu trabalho. No entanto, o projeto não funcionou. Por isso, retornou ao Brasil na intenção de lançar um CD e conseguiu um contrato com uma gravadora. Porém, com receio de que a empresa perdesse o interesse na produção da obra, ele escondeu os sintomas até quando foi possível.

Conseguiu incluir duas de suas canções na trilha sonora de novelas da Globo: a música Frágil, em Sonho Meu (1993), e Imagens, em Pátria Minha (1994). Nesse período, começou a gravar o CD em estúdio e a realizar apresentações para o público. O avanço da doença, no entanto, tornou o ofício difícil e as idas ao hospital cada vez mais frequentes.

Brunini morreu em 20 de fevereiro de 1995, aos 31 anos. Apesar dos esforços de sua família, seu CD nunca foi lançado para o público. Como forma de homenagear sua trajetória, a cidade de Piúma batizou uma rua com o seu nome.

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