Fim de pai e mãe em registros de nascimento? Aras manifesta-se a favor
- 10 de fevereiro de 2023
O Procurador-Geral da República, Augusto Aras, se manifestou a favor de substituir a identificação pai e mãe por filiação 1 e filiação 2 em documentos públicos, formulários e registros, atendendo a uma exigência da Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transsexuais e Intersexos (ABGLT).
O ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal, é o relator do processo, que tramita na Corte desde novembro de 2021.
- Confira a manifestação a favor aqui
Após repercussão nas redes sociais, a PGR divulgou uma nota em seu site no último domingo (5), esclarecendo que a mudança não é obrigatória, e visa oferecer “espaço” e “dignidade” para famílias homoparentais.
Confira a nota na íntegra abaixo:
Não é verdade que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tenha se manifestado pela retirada das palavras pai e mãe nas certidões de nascimento feitas pelos cartórios de registros civis de todo o país. O que o parecer diz é apenas que os documentos públicos devem prever espaço para atender famílias homoparentais, conforme já reconhecido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e regulamentado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
A manifestação da PGR – em uma ação que tramita no STF (ADPF 899) – em nenhum momento pretendeu excluir as designações usadas atualmente e que atendem apenas às famílias constituídas por um homem e uma mulher. É importante ressaltar que essas famílias continuarão sendo atendidas da mesma forma e tendo documentos grafados com os termos pai e mãe, caso a decisão do STF atenda ao pedido dos autores da ação e seja no mesmo sentido do parecer da PGR.
Vale destacar ainda que, conforme mencionado no parecer, o STF já estabeleceu o entendimento de que o reconhecimento jurídico de diferentes conformações familiares é medida que promove a dignidade humana. E promover a dignidade de todos é uma das atribuições do Ministério Público Federal.
- Acesse e leia a íntegra do parecer