Marta deixa a Prefeitura de São Paulo e será vice de Boulos
- 10 de janeiro de 2024
A secretária de Relações Internacionais da gestão da prefeitura de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), deixou o cargo nesta terça-feira, 9, para embarcar no projeto eleitoral do deputado federal e ex-líder sem-teto Guilherme Boulos (PSOL).
A decisão foi tomada há pouco em uma reunião com o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes. Houve um comum acordo. Por um lado, Nunes preparava a exoneração de Marta por achar que ela agiu com má-fé ao optar voltar ao PT sem comunica-lo antes; do outro, Marta tem falado por meio de auxiliares que partiu dela o pedido de demissão.
Marta se reuniu nesta segunda-feira, 8, com o presidente Lula. O petista fez, formalmente, o convite para que ela voltasse ao PT. O PT vai ocupar o cargo de vice na chapa de Guilherme Boulos.
Na conversa com Lula, Marta aceitou o desafio proposto por Lula. O retorno dela ao partido, no entanto, já criou fissuras internas. Integrantes do PT argumentam que a Marta de 2024 não é a mesma do início dos anos 2000, quando ela comandou a maior cidade do país. Alguns petistas têm classificado Marta nos bastidores como uma traidora.
O movimento de reaproximação de Lula começou em dezembro. Às vésperas do Natal, o presidente ligou para a ex-petista para desejar boas festas. Na ocasião, fez dois convites: o primeiro para que ela se filie novamente ao PT e o segundo para ocupar o posto de candidata a vice-prefeita na chapa com Boulos.
Com uma imagem politicamente forte na capital paulista, Marta aparece como um dos nomes mais cortejados na disputa ao executivo municipal.
O retorno de Marta para o PT também repercutiu junto a outros dirigentes partidários, inclusive os da oposição.
A Marta sempre foi de esquerda. Mesmo quando foi para outros partidos nunca deixou de ser. É a praia dela, são os amigos dela, disse Valdemar à Folha de S. Paulo.