Aprovado em 1º lugar em medicina pela UFPB era professor de física e acertou 170 questões
- 12 de fevereiro de 2024
Matheus Targino, de 21 anos, começou a sentir fome por conhecimento desde criança, em seus primeiros anos na escola. O rapaz, que costumava ser professor de física, deixou a carreira de lado para dar voz ao sonho de ser médico e foi aprovado em 1º lugar em medicina pela UFPB com a soma de 170 questões corretas, somando 920,26 pontos.
“Desde muito pequeno eu sempre falava em medicina, mas era veterinária. Quando fui ficando mais adolescente, esse desejo se voltou mais para o cuidado de outras pessoas, porque sempre sonhei (e continuo sonhando) em me tornar um profissional humano que sempre vai buscar soluções baseadas em evidências que façam o paciente se sentir abraçado, compreendido, curado”, confidenciou Matheus, em entrevista.
Ciente de que para ser capaz de realizar o sonho de cursar medicina teria que abdicar de sua posição de educador, Matheus se despediu das salas de aula como professor para voltar a estudar como aluno. O jovem, que começou a trabalhar ajudando os pais na empresa familiar administrada por eles, relata que não tinha uma hora fixa para estudar durante a semana, mas passava todo o tempo livre resolvendo questões, assistindo aulas virtualmente e imprimindo simulados para praticar.
“Eu trabalhava de segunda a sábado, das 8h até as 17h, então eu não tinha tanto tempo para seguir um cronograma muito rígido durante a semana, sabe? Mas eu tive o privilégio de ter pais muito dedicados e muito companheiros, porque sempre que havia tempo livre na empresa, eles me apoiavam”, conta Matheus, com muita gratidão.
“Esse apoio que eles me deram (e continuam me dando) foi um fator muito importante pra mim, porque tudo que eu precisasse de material, de tempo, de recurso financeiro para ir fazer simulado presencial, sempre eles ‘chegaram juntos’, e é muito gratificante pra gente ver que o resultado veio”.
Aprovado 1º lugar em medicina pela UFPB fala da rotina de estudos
O ex-professor de física conta que a sua rotina para conquistar o 1º lugar em medicina pela UFPB era simples e muito corrida, se resumindo a resolução de questões, muito treino através de simulados e muita atenção na correção dos erros. “O resultado veio na base da constância, todo dia eu ia lá e praticava um pouquinho, fazia uma parte de um simulado, estudava um pedacinho de uma matéria, revisava um conteúdo, sabe? Não eram grandes horas por dia, mas eu fazia cada minutinho acontecer com eficiência”.
Matheus também aproveita a oportunidade para dar dicas que ele considera indispensáveis para qualquer um que esteja se preparando para realizar o Enem com o objetivo de ingressar em uma universidade pública. “Tenho duas dicas! A primeira: façam muitas questões. O Enem é uma prova exaustiva, mas ela tem um modelo bem específico”.
“Quanto mais questões você fizer, mais perto da aprovação você estará. Eu brinco às vezes dizendo ‘faça questões, viva questões, coma questões, trabalhe questões’, porque, de fato, é essa prática excessiva que vai dar a destreza de fazer mais questões em menos tempo, além de facilitar a noção de quais são suas maiores dificuldades na prova! A outra dica essencial: tenha uma rede de apoio. Conviver com amigos, com colegas de estudo, com pessoas que torcem por você faz muita diferença na preparação para uma prova como o Enem”.
Receber o resultado de sua aprovação foi uma surpresa para Matheus, que apesar de estar confiante de que passaria, nunca havia imaginado o primeiro lugar. “Eu fiquei chocado, porque eu já esperava a aprovação por causa dos 170 acertos que eu tive no Enem, mas eu nunca cobicei o primeiro lugar, porque eu apenas queria ser aprovado. Eu brinco dizendo que até como cobaia da residência de psiquiatria eu estava aceitando para entrar na UFPB em medicina”, diz ele, em tom de riso.
Sobre iniciar sua vida como universitário de medicina, o jovem não esconde seu otimismo e empolgação. “Minhas expectativas são as melhores, estou muito ansioso para voltar a estudar em nível acadêmico, a fuçar artigos científicos, ficar na cola de professores atrás de projetos de pesquisa, quero realmente (re)vivenciar a experiência universitária e logo, logo me formar médico”, afirma.
VITRINE DO CARIRI
Com Jornal da Paraíba
