Bruno Gagliasso lamenta beijo gay cortado em América: ‘Ainda fico bem frustrado’
- 28 de junho de 2024
Bruno Gagliasso relembrou um dos momentos mais decepcionantes de sua carreira de ator. Intérprete de Júnior em América (2005), ele lamentou o fato de que a Globo censurou a cena do beijo do personagem com Zeca (Erom Cordeiro), prevista para o último capítulo da trama. De acordo com o marido de Giovanna Ewbank, a demonstração de afeto entre os dois não foi apenas tirada do ar como apagada dos arquivos da emissora.
“Quase vinte anos atrás (sim, meus amigos, 20 anos…), eu estava vivendo o Júnior em América e rolou toda a expectativa do tal beijo gay. Toda novela com personagens LGBTQIA+ tinha essa expectativa. Será que agora vai? E nunca ia…”, iniciou ele em publicação no Instagram.
“A tal ‘cena do beijo’ foi a minha última naquela novela. Gravamos a cena, ficou bem bonita e eu tinha certeza de que finalmente iria rolar”, declarou o ator.
“No último capítulo, Zeca e Júnior em clima de romance, trilha sonora e… CORTA! Pois é… A cena NUNCA foi ao ar. Mesmo gravada, editada, tudo certinho… Nada do tal beijo. Fiquei muito pistola naquela época”, lamentou Gagliasso.
Ele ainda confessou que tinha esperanças de assistir à cena na reprise da novela, transmitida pelo canal Viva em 2023. “Grande engano. Foi aí que eu descobri que deletaram a cena. Não existe nada no arquivo. Como se isso nunca tivesse existido”, revelou.
“Falei com um mundo de gente pra ver se conseguiria recuperar, mas nada. Quando lembro disso, ainda fico bem frustrado”, desabafou. Ele, no entanto, celebrou o quanto a TV evoluiu nas últimas décadas com relação à representatividade LGBTQIA+.
“Sempre gosto de recordar dessa história porque mostra como, apesar dos pesares, evoluímos nesses vinte anos. Beijo deixou de ser um tabu. O casamento igualitário hoje é uma realidade. Casais LGBTQIA+ sentem-se mais à vontade para manifestar seu afeto em público. E acho, de verdade, que a nossa dramaturgia ajudou muito nessa evolução”, declarou.
“Quando nossas novelas naturalizaram o afeto, passamos a também naturalizar na vida real. Beijar, abraçar, assumir um relacionamento não são mais grandes questões. Eu só fico pensando quanto tempo perdemos com essa bobagem”, criticou.
“Quanta gente sofreu porque não via seus amores representados na telinha. Quis trazer novamente essa história na semana do Orgulho LGBTQIA+ para celebrar os avanços dos últimos anos. Ainda existem muitos desafios, muita gente tosca (e criminosa) por aí, mas também há evolução e conquistas. Hoje, aquela história do Zeca e do Júnior seria completamente diferente. E o tal beijo nem seria grandes coisas. Ainda bem!”, finalizou o artista.