Pressionado por ‘renovação’, PT aposta na velha guarda para prefeituras
- 30 de junho de 2024
No dia 10 de junho, o presidente Lula realizou uma reunião virtual com os ex-presidentes do PT para discutir a ‘renovação’ do partido. Participaram, inclusive, o ex-ministro José Dirceu e o ex-deputado José Genoino, ambos condenados e presos por envolvimento com esquemas de corrupção no escândalo do mensalão.
Na última segunda-feira, 24, o tema da renovação provocou um acalorado debate no partido, após a Juventude do PT divulgar uma carta aos dirigentes da legenda acusando a Direção Nacional de “sufocar e impedir a transição geracional”.
As reações internas foram fortes. A tesoureira do partido, Gleide Andrade, rebateu e afirmou que a carta era “desrespeitosa”. Ela acusou os jovens petistas de fazerem uma “política de queimação baixa, nojenta, imunda”. A Juventude se desculpou.
Em meio à discussão, a Executiva Nacional divulgou uma lista dos 157 candidatos que a Federação Brasil Esperança, da qual o PT faz parte, vai apoiar nas cidades com mais de 100 mil eleitores — inclusive financeiramente. Curiosamente, a chamada “velha guarda” aparece com destaque.
Os candidatos que serão apoiados pela legenda
Grande parte dos escolhidos já ocupou cargos públicos de relevância e frequentou o noticiário — nem sempre de maneira positiva. Em Uberaba (MG), por exemplo, o PT vai apoiar a eleição do ex-ministro dos Transportes, Anderson Adauto, que atualmente está filiado ao PCdoB. Em 2005, Adauto confessou ter recebido dinheiro do esquema do mensalão.
Em São Caetano do Sul (SP), o PT vai lançar o ex-deputado Jair Meneguelli, ex-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT). Em Santos, o PT vai lançar a ex-deputada federal Telma de Souza, que foi prefeita da cidade entre 1989 e 1992.
Em Belém (PA), o partido vai apoiar a candidatura à reeleição de Edmilson Rodrigues, do PSOL, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas mais recentes. E há os que se eternizam nas prefeituras. Em Diadema, José de Filippi, ex-tesoureiro da campanha presidencial de Dilma Rousseff, vai disputar seu quinto mandato de prefeito. Renovação, ao que parece, é uma prioridade, mas não agora.