Biden nega desistência: “Ninguém vai me forçar a sair”

  • 4 de julho de 2024

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, negou que esteja planejando desistir da reeleição em sua primeira resposta pública a publicação do New York Times desta quarta-feira, 3 de julho.

“Eu estou concorrendo. Eu sou o líder do Partido Democrata. Ninguém vai me forçar a sair”, disse Biden em aparição virtual não prevista no Comitê Nacional Democrata pela tarde.

“Estou nesta corrida até o fim”, acrescentou.

A vice-presidente, Kamala Harris, que continua na chapa de Biden e também estava presente nesta quarta, afirmou que “não vamos recuar. Seguiremos a liderança do nosso presidente. Vamos lutar e vamos vencer”.

Mais cedo, a Casa Branca desmentiu os rumores do suposto plano de desistência da reeleição.

“Absolutamente não”, disse a assessora de imprensa da Casa Branca, Karine Jean-Pierre, em coletiva de imprensa.

Karine Jean-Pierre também negou questionamentos sobre a possibilidade de Biden estar com Alzheimer, demência ou outra doença neurodegenerativa.

“Não. E eu espero que vocês estejam fazendo a mesma pergunta ao outro cara”, respondeu a assessora aos jornalistas, em referência ao provável rival de Biden nas eleições de 5 de novembro, o ex-presidente Donald Trump.

A notícia sobre o suposto planejamento de desistência foi dada pelo jornal The New York Times, ouvindo pessoas próximas ao presidente que teriam ciência da conversa.

Segundo o Times, Biden pareceu reconhecer que sua campanha pode se tornar “irrecuperável” se ele não conseguir passar a ideia de que ainda é apto ao cargo.

Para o presidente, sua idade avançada não pareceria um problema para o cargo — seria a sua incapacidade de passar esta mensagem ao eleitorado.

A reportagem diz que Biden aposta em alguns eventos até o final de semana para reverter sua imagem de alguém velho demais para o cargo: primeiro, uma entrevista para o canal ABC News, além de comícios nos estados de Wisconsin e Pensilvânia — dois principais estados-chave para a disputa eleitoral, e onde Donald Trump, o ex-presidente republicano, leva vantagem.

Antes mesmo da coletiva de Karine Jean-Pierre, um porta-voz do Executivo disse ao canal Fox News que “a alegação é absolutamente falsa. Se o New York Times tivesse nos dados sete minutos a mais para comentar, teríamos dito isso”.

O estrago, no entanto, está feito: editoriais de jornais e revistas pediram que Biden deixe a corrida eleitoral enquanto é tempo, enquanto nomes do partido indicaram que a busca por planos B — se é que há planos B — já está em curso.

Trump lidera com alguma margem todas as pesquisas eleitorais, e sondagens indicam que esta margem se alargou na última semana.

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