Irã e aliados regionais não vão recuar contra Israel, diz líder supremo

  • 4 de outubro de 2024

O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, disse nesta sexta-feira, 4, que o Irã e seus aliados regionais não vão recuar contra Israel, pedindo unidade entre as nações muçulmanas.

Khamenei declarou que o ataque do Irã a Israel na terça-feira — no qual forças iranianas dispararam mais de 180 projéteis contra o território israelense, poucas horas após Israel entrar no território libanês citando uma incursão terrestre “limitada” no sul do Líbano — foi “legal e legítimo”.

“As operações foram em troca dos crimes hediondos cometidos por essa entidade criminosa sanguinária”, completou. Segundo a Guarda Revolucionária do Irã, o ataque de terça-feira foi uma retaliação pela morte de líderes do Hezbollah e do Hamas em bombardeios israelenses no Líbano e em território iraniano.

O líder supremo falou pela primeira vez desde a escalada de tensões entre Israel e Irã na Grande Mesquita Mosalla de Teerã, onde conduziu as orações durante a cerimônia em homenagem ao líder do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, morto há uma semana em um ataque aéreo israelense.

“A resistência na região não vai recuar mesmo com o assassinato de seus líderes”, disse ele, acrescentando que Israel “não durará muito”.

Diante de uma grande multidão, ele fez um apelo às nações muçulmanas “do Afeganistão ao Iêmen, do Irã a Gaza e ao Líbano” para que se unissem contra o “inimigo” comum, Israel, que ele acusou de travar uma guerra “psicológica”, “econômica” e “militar” contra elas.

Ataques israelenses

As declarações de Khamenei ocorrem um dia depois de Israel lançar uma série de bombardeios nos arredores do aeroporto de Beirute, capital do Líbano. Acredita-se que Hashem Safieddine, cotado para assumir a chefia do Hezbollah, tenha sido o alvo das explosões.

Dados do Ministério da Saúde do Líbano indicam que 37 pessoas morreram e 151 ficaram feridas por investidas israelenses nas últimas 24 horas. Estima-se que o número de vítimas no território libanês supere a marca de 1.900 pessoas. Nas últimas semanas, Israel lançou os ataques aéreos mais intensos ​​contra o Líbano desde a guerra de 2006.

A instabilidade na região foi agravada há cerca de duas semanas, após uma série de pagers, principal forma de comunicação da milícia libanesa, e walkie-talkies explodirem no Líbano, em ataque atribuído ao governo israelense. Foi o estopim de meses de trocas de disparos, desde o início da guerra em Gaza, em outubro do ano passado, quando a milícia libanesa iniciou ataques em solidariedade ao povo palestino.

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