YouTube anuncia acordo histórico para transmitir 38 jogos do Brasileirão em 2025

  • 9 de outubro de 2024

O Google anunciou nesta quarta-feira (9) um acordo histórico para transmitir no YouTube 38 jogos do Campeonato Brasileiro de 2025 a 2027. Os direitos foram adquiridos pela big tech junto à LFU (Liga Forte União), entidade que representa clubes como Corinthians, Vasco, Fluminense, Cruzeiro, Internacional e Botafogo. As transmissões serão realizadas pelo canal CazéTV.

O YouTube vai transmitir os mesmos jogos que a Record, que projeta 30 partidas às 18h30 dos domingos e outras oito às 20h das quartas. Além de Google e Record, a Amazon também adquiriu um pacote de 38 jogos exclusivos da LFU. Será a primeira vez que plataformas online vão dividir com a TV tradicional as transmissões do principal campeonato nacional.

Essa fragmentação ocorre não só pela ascensão das plataformas (e consequente enfraquecimento da TV aberta), mas também por causa da negociação dos direitos do Brasileirão por duas ligas de clubes. A Globo comprou no início do ano os direitos para TV aberta, TV paga e pay-per-view (Premiere) da Libra, entidade que representa Flamengo, São Paulo, Palmeiras, Atlético-MG e Grêmio, entre outros.

Nesse novo formato, YouTube, Prime Video e Record vão transmitir os jogos em que os clubes da LFU forem mandantes. A Globo terá as partidas que acontecerem nos estádios dos times da Libra.

Assim, um hipotético Corinthians x São Paulo, na NeoQuímica Arena, será exibido por Record e YouTube ou Prime Video. Já um São Paulo x Corinthians, no Morumbis, é da Globo.

Para o telespectador, ficará mais complicado saber onde determinado jogo será exibido, mas a oferta na TV aberta vai dobrar. E haverá acesso gratuito também na internet, pelo YouTube.

Os direitos da Liga Forte União foram divididos em três pacotes: Google e Record compartilham um deles; a Amazon ficou com um segundo; um terceiro, de pay-per-view, ainda está sendo negociado pela agência LiveMode (que também é dona da CazéTV).

Quanto o Google vai pagar pelo Brasileirão?

Valores não foram divulgados oficialmente. De acordo com o site Máquina do Esporte, a Record e o YouTube vão desembolsar cada um cerca de R$ 250 milhões por ano, enquanto a Amazon propôs pagar R$ 400 milhões por seu pacote. A Globo vai gastar cerca de R$ 1,2 bilhão por ano com a Libra, durante cinco anos.

O YouTube também anunciou nesta quarta-feira, durante o Brandcast, evento da plataforma voltado para o mercado publicitário, a venda de sete cotas de patrocínio. Serão anunciantes do Brasileirão na plataforma tradicionais clientes da Globo: Casas Bahia, Claro, Hypera, McDonald’s, PagBank, Stellantis e Unilever.

Além dessas cotas, há mais três, em negociação pela CazéTV. Pelo acordo, o YouTube compra os direitos e fica com 70% do espaço publicitário. A CazéTV consegue faturar com a venda de suas três cotas.

A plataforma de vídeos do Google vem desde 2020 avançando sobre os direitos esportivos, terreno até a pandemia dominado pela Globo. Começou com a Copa do Nordeste e, desde 2022, compra os direitos do Paulistão e os repassa para a CazéTV. Naquele mesmo ano, também obteve os direitos da Copa do Mundo da Fifa, em outro feito histórico.

De acordo com executivos do Google, o crescimento das TVs conectadas estimula o investimento em direitos esportivos. O YouTube é a plataforma de streaming mais assistida em smart TVs, com 57% desse filão de audiência. E o streaming já tem um público robusto. Segundo a Kantar Ibope, o conjunto de canais não lineares já corresponde à segunda maior audiência nas TVs conectadas, atrás apenas da Globo.

“Desde 2019, temos trabalhado para trazer esse esporte ao vivo para o YouTube. Se no início precisávamos ensinar as pessoas a assistir à plataforma direto da TV, hoje o brasileiro já sabe como se conectar pela televisão e acessar nosso conteúdo esportivo. Nós promovemos essa mudança”, disse Patrícia Muratori, diretora do YouTube na América Latina, em nota à imprensa.

“Estamos vivendo uma nova era do entretenimento na TV conectada, e isso está mudando como produzimos e consumimos vídeo no Brasil”, completou Fabio Coelho, presidente do Google Brasil.

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