Filipe Luís, do Flamengo, sai em defesa de Bruno Henrique: “Ele sabe que é inocente”

  • 7 de novembro de 2024

O Flamengo venceu o Cruzeiro por 1 a 0, em Belo Horizonte, pela 32ª rodada do Brasileirão, em jogo que valia a permanência no G-4. A preparação para a partida foi agitada após Bruno Henrique se tornar alvo da Polícia Federal em uma investigação por manipulação.

O técnico Filipe Luís saiu em defesa do atacante, que foi titular nesta partida.

– Falei com Bruno quando acordei, ele estava muito tranquilo, sereno, porque ele sabe que é inocente.

– Temos de respeitar a presunção da inocência. Dano muito grande para a imagem. Depois pode ser que se arquive esse caso como já se arquivou outra vez e vai ser um dano irreparável. Vamos esperar resolver tudo, o Flamengo tem o interesse de resolver antes de ninguém. Temos confiança no Bruno, cara íntegro – comentou o técnico em coletiva.

Filipe Luís voltará para Belo Horizonte no sábado para decidir a final da Copa do Brasil, no domingo, contra o Atlético-MG. O Flamengo tem a vantagem de dois gols, após vencer por 3 a 1 no Maracanã. O técnico reconheceu o mérito de Tite para o elenco disputar o título que pode ser o primeiro como técnico profissional.

– Título foi porque Tite me deixou com essa herança. Simples assim. Fissurado em ganhar medalhas, títulos, fazer história. Privilégio disputar essa final. Vitória sempre importante, tem sempre responsabilidade grande com a camisa do Flamengo – e aproveitou para projetar uma disputa no time titular com os retornos de Pulgar e Bruno Henrique, que estavam suspensos no jogo de ida:

– O treinador quer ter sempre uma dor de cabeça boa de ter todos os atletas disponíveis e escolher entre os melhores. É importante que todos eles voltem e concorram a uma vaga na equipe. Todos eles estão dispostos a ajudar o time – comentou.

David Luiz comemora gol em Cruzeiro x Flamengo — Foto: Gilson Lobo/AGIF

David Luiz comemora gol em Cruzeiro x Flamengo — Foto: Gilson Lobo/AGIF

Para enfrentar o Cruzeiro, Filipe Luís deixou cinco titulares no Rio de Janeiro: Gabigol, Arrascaeta, Gerson, Léo Ortiz e Wesley. O treinador, porém, reforça que não poupou os atletas. Segundo ele, o quinteto não estava em condição de viajar.

– Eu sou do pensamento que quanto mais o jogador joga, melhor ele fica. Não quis poupar ninguém hoje. Os jogadores que ficaram é porque não estavam nas melhores condições de viajar. Os que jogaram somaram minutos, os que entraram também. O corpo humano é uma máquina de adaptação. Então, se o jogador joga, joga, joga, melhor ele fica e mais ele está acostumado. O Erick teve os minutos, o Evertton, o Allan voltou a ter também. É importante para continuarem evoluindo.

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Clima de decisão contra o Galo e poupar atletas

– Respeito máximo pelo Atlético, pelo grande time. Finalista da Libertadores, tem um grande treinador joga um grande futebol. Vai ser complicado. Estamos muito longe desta taça, do mesmo jeito que eles também estão. Para mim está 50 a 50. Temos que fazer um jogo sólido. Como falei, os jogadores que não jogaram não estavam em plenas condições de jogar, no seu melhor físico. E, claro, em razão da final, não podemos correr riscos. Mas, quem estava disponível jogou. Quanto mais joga, melhor fica. O meu interesse não era de poupar ninguém.

– A pressão do Atlético é uma coisa do Atlético, não tenho nada a ver com isso. Acho que é um time muito qualificado, montado a dedo, por isso respeito máximo. Vai ser uma festa maravilhosa, o ambiente vai estar lindo. Tanto eles quanto os donos da casa, quanto nós que somos os visitantes e gostamos de jogar em ambientes de final podemos desfrutar. Vai ser um jogaço. Esperamos outro grande jogo, como foi no último domingo.

Importância de David Luiz

– David é o tipo de jogador que faz o treinador ser melhor. O gol de falta que ele fez hoje, o que eu tenho a ver com isso? Não treinamos, é uma genialidade dele. É uma sacada dele e isso demonstra o jogador que ele é. Mas, mais do que isso, a liderança positiva que ele tem perante o grupo. O líder não se faz pela faixa de capitão, pelo discurso. Se faz pelas atitudes, no dia a dia. Quando você vê todos os jogadores vindo abraçar ele, o carinho por ele, demonstra a pessoa que ele no dia a dia do Flamengo. Feliz por ele, feliz por ter voltado a ter minutos. Foi muito importante na vitória de hoje e vai continuar a ser para mim enquanto ele estiver aqui no Flamengo.

Dá para buscar o título de campeão brasileiro?

– Dá para dormir hoje à noite e preparar para a final. Para você ter noção, não sei contra quem é o próximo jogo (do Brasileiro). Só para vocês verem, estou meio cego. Na minha visão, eu vou jogo a jogo. Essa camiseta pede “ganhar, ganhar e ganhar”. É acostumar a ganhar, é isso que eu quero. São jogadores grandes que buscam isso, se incomodam quando não ganham. É um grupo que fica machucado se sofremos um empate no fim do jogo. Isso prova a grandeza que é o Flamengo.

Gol anulado de Alcaraz

– Eu vi do campo, do telão, e entendo a anulação do gol. O VAR veio para ajudar muito no impedimento, muito. É muito injusto tomar gol de um time que está dois metros impedido. Acho que veio para ajudar. Da mesma forma que eu digo “intervenção mínima”, elas têm que ser certeiras. É lance de interpretação. Não sei até onde vai a regra de como o Alex Sandro participou do lance, mas se são cinco árbitros no VAR e não chamarem o juiz para olhar, eles estão certos do que a regra diz. Não sou eu que vou debatê-los. Há outras jogadas que se pode ajustar e melhorar. Mas estou gostando cada vez mais, estão deixando o jogo seguir. O jogo do Inter foi uma das melhores arbitragens que eu peguei. O Claus, que vai apitar a final domingo, é excelente. Hoje, foi excelente. Então, nesse ponto não posso reclamar.

Último jogo do Flamengo em Minas, como jogador, e agora possível primeiro título como treinador

– Estou vivendo tantas coisas esse ano. Hoje, por exemplo, lembrei do jogo contra o Atlético do ano passado que eu joguei. Também, quando cumprimentei o Diniz, pensei “caramba, admiração muito grande por ele”. Foram muitos jogos contra ele, sofri muito. É muito difícil jogar contra os times do Diniz. Com o tempo, o trabalho dele vai se vendo cada vez melhor. Foram as coisas que passaram na minha cabeça hoje. Não lembrei do jogo do Cruzeiro, só lembrei da lateral que eu corria ali um pouco. Mas logo que começou o jogo, já penso nas correções que preciso fazer, nos meus jogadores. Como falei, eu vivo o momento.

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