Assad desembarcou em Moscou com família, diz agência de notícias russa
- 9 de dezembro de 2024
Após deixar a Síria neste domingo, 8, em um voo sem destino informado diante da tomada do poder por grupos rebeldes, o presidente sírio Bashar al-Assad desembarcou na capital russa, Moscou, segundo a agência de notícias estatal TASS. Assad chegou com a família na Rússia, onde receberá asilo, de acordo com uma fonte do Kremlin.
O interlocutor relatou à agência que o Assad e seus familiares chegaram a Moscou e o asilo lhes foi concedido “com base em considerações humanitárias”.
Mais cedo, o Ministério das Relações Exteriores da Rússia tinha anunciado, em comunicado, que o ditador deixou ordens para uma “transição pacífica de poder” e declarou não ter participado da saída do presidente do país.
Assad deixou Damasco depois que rebeldes sírios anunciaram a tomada do poder neste domingo. Eles tomaram a capital e não encontraram resistência das forças de segurança.
Avanço dos rebeldes
Desde o último sábado, os rebeldes têm avançado por cidades estratégicas do país. O exército sírio, que tentou conter os radicais e recebeu ajuda da Rússia e do Irã, abandonou a cidade de Homs, a 160 quilômetros da capital, que foi tomada na manhã de sábado. Membros do exército teriam deixado o local de helicóptero.
A autoria dos levantes é reivindicada pelo grupo jihadista Hayat Tahrir al-Sham (HTS). O grupo nasceu a partir de uma ramificação da Al-Qaeda. No sábado passado, 30, eles tomaram Aleppo, a segunda maior cidade da Síria. Na última quinta, 5, chegaram a Hama, e neste sábado, mais cedo, cercaram Homs. Todas essas cidades são consideradas estratégicas, seja pela localização, seja pelas rotas em direção a países vizinhos.
A queda de Assad marca o fim de uma dinastia de mais de 50 anos. No poder desde 2000, o líder comandou com repressão o país depois de herdar a cadeira do pai, Hafez al-Assad, também presidente por mais de 30 anos.
A guerra civil síria começou há 13 anos, durante a Primavera Árabe, e se transformou em um conflito sangrento e multifacetado envolvendo grupos de oposição domésticos, facções extremistas e potências internacionais, incluindo os Estados Unidos, o Irã e a Rússia. Mais de 500.000 sírios morreram e milhões fugiram de suas casas.